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Neto de juíza recebia para agilizar processos fraudulentos, diz Polícia

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O neto da juíza da comarca de Demerval Lobão é um dos alvos da operação Inventário, deflagrada ontem pela polícia civil do Piauí, que resultou na prisão de 11 pessoas, nos estados do Piauí, Paraíba, Paraná e São Paulo. Diego Gedean Miranda foi preso na cidade de João Pessoa, na Paraíba, e é suspeito de oferecer à organização criminosa investigada facilidades na tramitação dos processos fraudulentos de inventários, mesmo não sendo servidor do judiciário.

A magistrada, Maria da Paz e Silva Miranda, foi quem procurou a Polícia Civil para denunciar a fraude após ser informada pelos advogados dos verdadeiros herdeiros de uma das vítimas, um homem identificado como Rui Santiago Porto, que morreu na cidade de Curitiba, no Paraná, mas que teve o processo de inventário iniciado na comarca de Demerval Lobão.

"Esse era um questionamento inicial da investigação, saber o motivo de uma suposta vítima de um falecido no Paraná escolhe uma comarca do interior do Piauí para dar entrada em processo fraudulento. No curso da investigação, se demonstrou  verdadeira a nossa tese. A gente acreditava que deveria haver uma facilidade naquela comarca para ingressar com o processo e ele andar como uma certa facilidade. Foi identificado o senhor Diego Gedean, neto da magistrada da comarca, que foi cooptado por essa organização criminosa para facilitar o andamento desse processo", explicou o delegado Anchieta Nery.

Ainda de acordo com as investigações, a princípio, a magistrada não tinha conhecimento prévio da atuação e influência do neto dentro da comarca.

Diego Gedean é Guarda Municipal na cidade de Caxias, no Maranhão. Ele teria recebido R$ 30 mil da organização para interferir e agilizar o andamento de processos. 

A Polícia ainda não tem a confirmação da participação de magistrados ou outros servidores do judiciário no esquema fraudulento. As informações foram repassadas para a Corregedoria do TJ, que deve apurar eventuais irregularidades envolvendo membros do judiciário.

Utilizando documentos falsos, a organização conseguiu movimentar mais de R$ 2 milhões em saques de valores e bens de vítimas falecidas de outros estados. 

Como funcionava o esquema 

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, a Polícia Civil esclareceu detalhes a respeito das investigações da operação Inventário, deflagrada ontem e que resultou na prisão de 11 pessoas. 

As investigações tiveram início em outubro do ano passado, após a denúncia de que um processo de inventário de um homem que morreu no estado do Paraná teria sido aberto na comarca de Demerval Lobão, no Piauí.

Segundo a Polícia, o líder da organização, identificado como Dellano Sousa e Silva, preso em São Paulo, recebia informações privilegiadas sobre a morte de pessoas de alto poder aquisitivo que não possuíam herdeiros ou sucessores. A partir disso, ele cooptava os advogados que eram responsáveis por ingressar com as ações fraudulentas no judiciário piauiense, utilizando documentos falsos. 

"Ele cooptava os advogados e entregava, normalmente, a petição pronta para os advogados protocolarem. Esses advogados ganhavam valores por esses protocolos e pelo levantamento dos alvarás judiciais", explicou o delegado Mateus Zanatta.

Ainda de acordo com as investigações, a organização criminosa conseguiu obter êxito em pelo menos cinco processos de fraude, um deles de inventário em Demerval Lobão, e quatro processos trabalhistas no Maranhão. 

O grupo também tentou iniciar processos semelhantes de inventários fraudulentos na comarca de São Pedro do Piauí. 

Os valores obtidos pelas fraudes eram lavados através da compra de carros de luxo, imóveis de luxo, e empresas. A organização chegou a movimentar R$ 2 milhões.

 

 


Natanael Souza
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