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Mãe de Isabella diz que vai estar no julgamento dos Nardoni

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Ana Carolina Oliveira, mãe da menina Isabella Nardoni, afirmou que vai comparecer ao julgamento do caso. Os acusados do crime --o pai dela, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá-- aguardam o julgamento no presídio de Tremembé (a 147 km de São Paulo).
 
Oliveira chorou todo o tempo e não quis expor seus sentimentos em relação ao casal. Ela afirmou que acredita na justiça de Deus, mas confirmou que acompanha o caso de perto, por meio de sua advogada, e que estará presente no dia do julgamento. "Eu acompanhei desde o começo e naquele momento eu também estarei lá', afirmou.

A mãe da menina afirmou que não tem rotina e que sofre de recaídas, quando pensa que não conseguirá seguir em frente. Oliveira afirmou que mantém o quarto como antes da morte da menina, incluindo os bichos de pelúcia, as fotos e as roupas de Isabella.

'Vida normal, eu acho que nunca mais", afirmou. "Eu tenho as imagens dela nítidas, lembro da imagem dela no prédio, no hospital, velório, enterro. É muito triste você enterrar uma filha e não poder fazer nada", afirmou, em meio a lágrimas.

"A virada do Ano-Novo foi muito triste, pois eu saberia que os anos passariam e ela não voltaria, seria somente a lembrança", afirmou.

A bancária disse ainda que pretende ser mãe novamente, mas não é um plano para este momento.

Habeas corpus

Na semana passada, o Ministério Público Federal enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um parecer contra a libertação do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados da morte da menina Isabella Nardoni, 5, em março de 2008. O casal entrou com um pedido de liminar (decisão provisória) contra a setença da 5ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça que manteve os acusados presos, até o julgamento.

A defesa de Alexandre e de Anna Carolina argumenta que as acusações não correspondem à realidade dos fatos, pois, segundo os laudos periciais elaborados durante o inquérito, não foi comprovada a agressão à menina com instrumento cortante, a esganadura ou mesmo que o casal teria atirado a garota da janela. Também, segundo a defesa alega, os laudos não provaram a alteração do local do crime. Os advogados alegam que a violação ao princípio da presunção de inocência foi violado e que o "excesso de linguagem na decisão" que recebeu a denúncia pode influenciar os jurados.

O subprocurador-geral da República Mário José Gisi explica que o habeas corpus, procedimento que os advogados usaram para tentar reverter a prisão, não pode ser solicitado para o exame aprofundado de fatos e provas, sendo inadequado para investigar os acontecimentos, assim como as conclusões técnicas apontadas nos laudos produzidos durante o inquérito.

Crime

Isabella foi morta no dia 29 de março ao ser agredida e depois lançada do 6º andar do edifício London. Ela estava no carro com o pai, a madrasta e os dois filhos do casal Nardoni.

O laudo aponta que a madrasta desferiu o primeiro golpe contra a cabeça de Isabella. O golpe foi dado de forma acidental, quando Jatobá, que estava no banco dianteiro do carona, se virou e atingiu Isabella.

O laudo elaborado pelos peritos do Núcleo de Crimes Contra a Pessoa do IC (Instituto de Criminalística) descarta a hipótese de uma terceira pessoa envolvida no crime e apontam que Jatobá auxiliou Nardoni a jogar Isabella do sexto andar do prédio.
 
Fonte: Folha Online
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