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Infectologista tira dúvidas sobre prazos e vacinas contra a Covid

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O infectologista Kelson Veras tirou dúvidas sobre as principais vacinas usadas no Brasil contra a Covid-19. O especialista pontua que há diferenças entre os imunizantes, mas frisa que todos são eficazes, ou seja, têm uma taxa de proteção contra a evolução da doença para uma forma grave.  O médico reforça que, mesmo com a aplicação das duas doses, independente da vacina, a proteção não é 100% e o uso de máscara permanece obrigatório. 

"O vacinado ainda pode se contaminar pelo coronavírus e, portanto, ainda pode transmitir. Daí não ser possível ainda abandonar o uso da máscara, mesmo que tenha recebido duas doses da vacina", reforça o especialista. 

Ele explica que no caso da Janssen, cuja aplicação deve iniciar este mês no país, a taxa de proteção é superior a 80%, dependendo do país onde foi testado. A vacina é diferenciada, pois é necessária aplicação de apenas uma única dose. 

"Tudo na Ciência é testado e analisado. Felizmente, uma dose dessa vacina foi capaz de atingir essa taxa de proteção que consideramos aceitável para uma vacina", reitera Veras. 

O primeiro lote da vacina da Janssen estava previsto para chegar nesta semana, mas hoje (14), o Ministério da Saúde anunciou que a data foi adiada e que aguarda nova previsão de entrega.

Vacina em menores de 18 anos

Sobre os demais imunizantes, o infectologista explica que apenas a vacina da Pfizer tem estudos que permitem a aplicação a partir dos 12 anos de idade. 

"Provavelmente, não há nada nessas vacinas que nos façam suspeitar de riscos em faixas etárias menores de 18 anos. Contudo, a Ciência precisa de dados e evidências. Imagina se um pai tem um adolescente vacinado e ele vem a desenvolver uma reação inesperada e grave da vacina? seria terrível! por isso, é necessário o estudo para que se possa oferecer à população", explica o infectologista.

Vacinas e pessoas com trombose

O médico explica que a Astrazeneca causa trombose em uma pequena porcentagem dos vacinados, bem como a Janssen em pessoas que têm tendência em desenvolver a doença.

"Para essas pessoas e as gestantes, vacinas feitas a partir de vetores virais, não devem ser usadas, pois essas pessoas já estão sob risco de desenvolver a trombose por outros motivos", alerta o especialista. 

Ele explica que os pacientes que tomam medicação de uso contínuo não devem interromper o tratamento para ser vacinado, exceto se tiver recomendação médica. 

Intervalo entre primeira e segunda dose

Sobre o intervalo entre a primeira e a segunda aplicação da Astrazeneca, Kelson Veras diz que foi um "jeitinho" para imunizar um maior número de pessoas. 

"O período para a segunda dose foi alongado que, no estudo da vacina foi de apenas 30 dias. A eficácia é semelhante. Portanto, não há problema em aumentar, quando quer ampliar a cobertura, ou diminuir quando se tem vacina suficiente para aplicação da segunda", explica o médico.

 

Graciane Sousa
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