Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com 

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semar) informou nesta quinta-feira (15) que pretende iniciar a transferência de animais exóticos que vivem no Parque Zoobotânico para santuários ecológicos ainda no segundo semestre de 2021. Uma minuta de protocolo está elaborada para regulamentar a ação, inédita entre os zoológicos do país, e deve ser apresentada na câmara técnica de Meio Ambiente do Consórcio Nordeste.

De acordo com a secretária, Sadia Castro, após as transferências todos os recintos que abrigam os animais atualmente devem ser destruídos e não reformados, como recomendou o Ministério Público. "Reformar recinto é cristalizar uma ideia que já está em desuso no mundo inteiro, que é a ideia de ter animais presos para a visitação e apreciação", destacou em entrevista coletiva na manhã de hoje. 

Para a elaboração do protocolo, a Semar já busca parcerias com entidades da sociedade civil, como a Confederação Brasileira de Proteção Animal, e a Força Aérea Brasileira, que já tem experiência na transferência e manejo de animais. Apesar das negociações avançadas, ainda não há uma data definada para o inicío dos procedimentos.

"Não estamos propondo soltar os bichos de qualquer maneira. Somos um órgão ambiental, conhecemos o regramento ,sabemos como funciona o manejo de fauna. Vamos fazer isso com todo rigor técnico e jurídico", explicou a secretária. 

Atualmente, certa de 400 animais vivem no Parque Zoobotânico, mas segundo a Secretaria de Meio Ambiente, apenas os considerados exóticos, que não fazem parte da fauna local, devem ser transferidos para santuários ecológicos. Os demais animais devem permanecer nas dependências do parque, mas não em cativeiro. 

A expectativa é que a transferência comece por uma família de macacos barrigudos, espécie ameaçada de extinção, formada por cinco membros, entre os quais um filhote recém-nascido no próprio parque. Há, ainda, dois felinos de grande porte, uma leoa e uma onça pintada.

Atrativos 

Durante a entrevista coletiva manhã desta quinta-feira(15), a secretária do Meio Ambiente também rebateu a ideia de que o parque perderia seus atrativos com a transferência dos animais exóticos. Segundo ela, a ideia é transformar o parque em "mais botânico e menos zoológico".

"O Zoobotânico é uma unidade de conservação. Em unidade de conservação não se permite animal doméstico, animal exótico e animal preso. Lá teremos animais soltos. Essa ideia de animal preso para visitação é uma ideia que não existe em lugar nenhum do mundo. E tem muita coisa pra se fazer no Zoobotânico. Tem trilhas, árvores, muitas atividades",  argumentou. 
 
Funcionários

Sobre os tratadores e demais funcionários que atuam junto aos animais exóticos atualmente, a secretária de Meio Ambiente garantiu que eles devem ser remanejados para outras atividades, como por exemplo o trabalho do Centro de Triagem, localizado nas dependências do próprio Zoobotânico.

"O estado sempre terá a tutela de animais. Nós temos o Centro de Triagens de animais silvestres, que recebem animais capturados pela Policia Militar e por entregas voluntárias. Esses animais vão continuar sendo tratados antes de serem devolvidos a natureza", explicou. 

Natanael Souza
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