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Piauí tem baixo índice de mulheres que fazem mamografia e médico faz alerta

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Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE, apontam que apenas 46% das mulheres piauienses com idade entre 50 e 69 anos realizaram o exame de mamografia no período analisado, entre 2017 e 2019. Os dados acendem o alerta para a importância do procedimento, capaz de identificar precocemente o câncer de mama, o que mais atinge mulheres no Brasil.

O médico mastologista, Antônio de Pádua, avalia que os números podem ser explicados pela dificuldade de acesso, principalmente das mulheres de baixa renda. 

Apesar das campanhas já realizadas, como os caminhões que levam os mamógrafos para o interior, o médico também avalia que é preciso um acompanhamento mais próximo das mulheres. Segundo ele, não basta apenas fazer o exame, é necessário que haja um acompanhamento adequado para as mulheres submetidas ao procedimento. 

“Não é só fazer a mamografia e receber a mamografia. No momento que você faz a mamografia numa mulher, você se compromete com as consequências. Mamografia é capaz de diagnosticar câncer de mama cedo e diminuir a mortalidade, mas não é só fazer o exame. É preciso que o exame seja interpretado, é preciso essa mulher ser chamada quando se encontra alguma coisa. Quem faz mamografia se compromete com o futuro dessa mulher”, alertou Antônio de Pádua. 

A pesquisa do IBGE ainda aponta que a renda é um obstáculo para que as mulheres da faixa etária recomendada façam o exame com regularidade. A pesquisa mostra que a proporção de realização da mamografia aumenta quanto maior o rendimento domiciliar per capita. No Piauí, enquanto apenas 25,6% dessas mulheres com rendimento de até um quarto do salário mínimo por pessoa realizou o exame no biênio investigado, o índice chega a 95,6% entre aquelas com rendimento per capita acima de cinco salários mínimos.

 Em todo o mundo, o tipo de câncer que mais atinge as mulheres é o de mama e ele é o segundo responsável por mortes provocadas por tumores malignos entre elas. Ainda conforme o estudo, a detecção precoce da doença permite aumentar as chances de cura, assim como possibilitar um tratamento não mutilador. No entanto, em todo o país, apenas 58,3% das mulheres entre 50 e 69 anos de idade realizaram a mamografia no período investigado.

No Brasil, a situação é semelhante, apesar da diferença entre os percentuais ser menor. Entre as brasileiras de 50 a 69 anos de idade com rendimento domiciliar per capita de até um quarto do salário mínimo, cerca de 42,9% realizaram a mamografia no período investigado. Já entre aquelas com rendimento domiciliar por pessoa acima de cinco salários mínimos, a taxa sobe para 83,7%.

Catarata 

O Piauí também apresentou dados negativos em relação a catarata, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada nesta quinta-feira (26). O relatório mostra que o estado é o segundo do país com mais incidência de catarata entre pessoas com 60 anos ou mais.

 


Natanael Souza
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