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48,8% de aumento nas vendas de veículos usados em relação a 2020

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Foto: Roberta Aline

Ter o carro próprio continua sendo uma das prioridades dos brasileiros, no entanto, suas preferências mudaram neste ano. Muitos queriam comprar um carro zero, no entanto, depois de fazer as contas e considerar a demora na entrega preferiram adquirir um usado.

Como resultado, até agosto deste ano, a comercialização de automóveis e comerciais leves usados mostrou um crescimento de 48,8% em relação ao ano passado. Inclusive com revalorizações que provocaram aumentos de mais de 20% no preço, apesar de que, em uma situação normal um carro perde entre 15% e 20% do seu valor depois de um ano de uso. 

Esse é o caso dos Volkswagen Gol que alcançou uma valorização de 24% no ano e do T-Cross que se valorizou em 27%, ambos modelos muito procurados no mercado de usados, de acordo com o levantamento da empresa KBB Brasil. Outro veículo supervalorizado é o Fiat Argo, ano 2019, que no ano passado era encontrado por cerca de R$ 40 mil e atualmente custa mais de R$ 52 mil.

Essa valorização ocorre em parte pela falta de oferta de usados. Meses atrás o carro próprio era entregue como forma de pagamento do modelo zero, como esta operação não está sendo muito realizada, há uma baixa oferta no mercado.

Mesmo com as faltas de alguns modelos de veículos usados, até agosto tinha sido comercializadas 7,59 milhões de unidades. Não só é um patamar muito superior ao de 2020, também é 6,6% maior do que as vendas realizadas em 2019, que atingiram apenas 7,12 milhões. 

Um fator que atualmente favorece a compra de um usado diante da possibilidade de adquirir um veículo zero é a entrega. Os usados não têm demora praticamente, mas ter um veículo recém saído de fábrica, dependendo do modelo escolhido, pode demorar entre quatro e seis meses.

Comercialização de veículos zero-quilômetro 
Em setembro 155,1 mil unidades de veículos foram licenciadas, diante de 172,8 mil licenciamentos em agosto, uma queda de 10,2%. Nesses nove meses do ano, 1,578 milhão de unidades foram comercializadas de acordo com os dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos), um aumento de 14,8% em relação ao mesmo período do ano passado. 

No que se refere à produção, em setembro 173,3 mil unidades foram fabricadas, 5,6% a mais que no mês de agosto. No entanto, a produção de veículos em relação ao ano anterior caiu 21,3%, considerando que em setembro de 2020 tinham sido produzidas 220,2 mil. 

A crise de abastecimento, por falta de matérias primas, está afetando todos os segmentos da produção de veículos, mas tem um impacto maior no segmento de veículos leves do que os veículos pesados, pelo maior volume de demanda. Considerando que as projeções de normalização são somente a partir da segunda metade do próximo ano, todas as instituições relacionadas ao segmento reduziram suas previsões de fabricação e comercialização. 

A falta de matérias primas para a produção faz com que as empresas optem por fabricar os veículos que lhe trazem melhores retornos econômicos, demorando os veículos de maior demanda popular. Mesmo assim, a falta de carros zero no mercado continua sendo um grande problema. Atualmente o estoque de veículos zero-quilômetro nos estacionamentos das montadoras chega a cobrir apenas 13 dias de venda, quando o normal seria de 30 dias. 

Esta falta gerou o aumento no valor dos veículos zero-quilômetro. De acordo com o IPCA, até agosto o preço dos veículos novos tinha acumulado um aumento de apenas 9,8%, enquanto que os usados acumulavam uma alta de 12,5%. 

Projeções para o mercado de veículos 
Apesar da previsão de que recém a meados de 2022 a situação das montadoras volte à normalidade. Atualmente o comprador está em uma situação difícil, pois deve escolher entre pagar caro por um veículo usado, mas sair andando na hora com ele ou esperar alguns meses e ter um veículo zero-quilômetro, sem tanta diferença no preço.

Além dessa escolha o proprietário também deve avaliar os gastos com as coberturas do seguro, analisar as tabelas de seguros mais econômicos para poder escolher uma boa proteção de casco, levando em consideração o valor real do veículo ou optar pelas novas alternativas de seguros que são mais econômicas, porém não dependem do valor de mercado do veículo. 

Em épocas de crise, o brasileiro opta por veículos usados e não por carros novos. No entanto, além da situação econômica difícil que aumenta a preferência por usados, é preciso analisar muito bem a situação e a possível desvalorização do veículo para o momento da venda ou trocar por um modelo mais novo ou conveniente. 

Com a situação atual, a relação de venda entre usados e novos até setembro mostra que para cada venda de um carro zero-quilômetro, 6,5 usados eram vendidos. Esta é a maior diferença registrada desde o ano 2016, ano também de crise.

As previsões para os próximos meses é que a venda de veículos usados no próximo ano continue crescendo, porém de forma moderada, enquanto que as vendas de veículos novos, que melhore seus números.

Da Redação
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Tags: veículos