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Retinoblastoma: Saiba os primeiros sinais de alerta do câncer em crianças

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Foto: Redes sociais/Reprodução



Recentemente, a mídia nacional foi pega de surpresa com a informação de que a filha do apresentador Tiago Leifert, de apenas 1 ano, está com câncer nos olhos. A doença se chama Retinoblastoma, um tumor maligno originário das células da retina, que afeta, geralmente, crianças na faixa etária de 0 a 5 anos de vida. Se não diagnosticado precocemente, a doença pode levar à cegueira e, em casos mais graves, pode ser fatal.
 
Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença corresponde a 3% dos cânceres infantis, com cerca de 400 casos por ano. Ainda de acordo com o órgão, a maioria dos casos decorre de mutações genéticas que podem ocorrer de forma esporádica.
 
O primeiro sinal de alerta é o reflexo branco na pupila da criança quando exposta à luz do flash fotográfico.

“O sinal de alerta mais comum é a "leucocoria", que significa "pupila branca". Trata-se do reflexo branco que aparece na pupila da criança quando uma luz mais forte é direcionada para o olho. Por exemplo, quando é usado o flash de uma câmera ou uma lanterna. Além desse sintoma, outros podem ser observados como estrabismo, vermelhidão ocular, fotofobia, movimentos desordenados e involuntários do globo ocular, dor ocular e baixa visual”, explica a oftalmologista Mônica Müller.


Foto: Freepik

 

Esse tipo de tumor pode estar associado a alterações genéticas que podem ser hereditárias.

“O retinoblastoma é um tumor decorrente de alterações genéticas, mutações, que ocorrem no DNA das células da retina, responsáveis por impedir a multiplicação desordenada dessas células. Pode ter origem hereditária, quando um dos pais possui o gene, mesmo sem manifestar a doença. Os tumores hereditários são mais agressivos e geralmente acometem os dois olhos da criança. Quando a mutação genética ocorre após a formação do bebê, de forma espontânea, temos os tumores classificados como esporádicos. Nesse caso, na maioria das vezes o tumor é unilateral, acometendo apenas um olho”, esclarece a médica.
 
Para o diagnóstico precoce do câncer nos olhos, os exames de rastreio no primeiro ano de vida são fundamentais. De acordo com a oftalmologista, é indicado o teste do olhinho nas primeiras 72 horas de vida do recém-nascido.

“Esse exame de rastreio deve, preferencialmente, ser realizado sob dilatação pupilar, por um médico oftalmologista com treinamento adequado para detectar alterações sutis no exame”. A especialista destaca ainda que, nos primeiros seis meses, também é recomendado um mapeamento da retina em todas as crianças na primeira consulta ao oftalmologista. “É a única forma de detectar precocemente o problema”, alerta Mônica.
 

Tratamento e outros tipos de câncer nos olhos
 

Por ser uma doença rara, o retinoblastoma, muitas vezes é diagnosticado tardiamente; provocando assim, consequências graves como a cegueira e até o óbito. “O mais importante a ser frisado é que, por se tratar de um câncer, ele pode causar metástases e levar a criança a óbito, se não tratado. Por isso, é muito importante disseminar essas informações para toda a população”, ressalta a médica.
 
A especialista informa ainda que já existem várias formas de combater o tumor.

“Dependendo do estágio do câncer, o tratamento varia, podendo ser realizada a quimioterapia sistêmica (venosa), a quimioterapia intra-arterial (quando o medicamento quimioterápico é depositado na artéria que nutre a retina, via cateterismo) ou a quimioterapia intra-vítrea ( quando a medicação é feita na cavidade vítrea do globo ocular). Além disso, os tratamentos locais como laser, radioterapia, crioterapia e cirurgias podem ser usados para combater os tumores”, reforça Mônica Muller.
 
A oftalmologista relata ainda que os olhos podem ser afetados por outros tipos de cânceres.

“Em adultos, por exemplo, o tumor maligno intra-ocular mais comum é o melanoma de coroide, um câncer que afeta em, sua maioria, pessoas de raça branca, com cabelos loiros ou ruivos e olhos claros. Outros tipos de câncer ocular são os carcinomas espinocelulares, que acometem a superfície do olho e são mais prevalentes na região nordeste devido à exposição ao sol”, revela a médica, que frisa ainda que realizar consultas regularmente com o oftalmologista sempre será a melhor forma de cuidar da saúde dos olhos.


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Da Redação
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