O senador Heráclito Fortes (DEM) destacou nesta sexta-feira (17) a dificuldade de a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não-Governamentais conseguir se reunir para aprovar requerimentos de convocação de pessoas ou solicitar quebra de sigilos. O senador, que é presidente da CPI, disse que os impedimentos podem estar relacionados ao desinteresse do governo em apurar as possíveis irregularidades em ONGs.
- O governo deveria ser o primeiro a abrir suas contas. Se cobram dos senadores, porque não cobram das ONGs - perguntou Heráclito Fortes.
Ele disse que ninguém sabe o que se faz com o dinheiro dessas organizações. Para ele, fatos graves" acontecem nas ONGs, bem como nas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - as chamadas Oscips - e, no entanto, não são apurados.
Na quinta-feira (16), Heráclito cobrou do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União a abertura de inquérito para apurar denúncias do uso, pela Petrobras, de organização não-governamental baiana para gerenciar a distribuição, em 2008, de R$ 1,4 milhões para 26 prefeituras do estado com o objetivo de financiar festas de São João.
Acusando a Petrobras de fazer "proselitismo político e fortalecer as bases eleitorais governistas na Bahia com recursos públicos", Heráclito exigiu tratamento isonômico para os demais estados do Nordeste, em especial para o Piauí.
- Não sou nada contra que uma empresa como a Petrobras banque festas de São João no Nordeste. Mas por que só na Bahia e por que só nas bases do PT? Aí você politiza. Será que a Petrobras se lembrou de Caruaru [em Pernambuco]? Será que se lembrou de Campina Grande [na Paraíba]? - questionou.
Heráclito disse considerar lamentável que uma empresa do porte da Petrobras, com ações na bolsa e cujos dirigentes têm o dever de prestar contas aos acionistas, se preste a manipulação política de tal natureza.
