“Eu sempre duvidei da história tradicional que sempre deixou de lado fatos importantes como a Guerra do Jenipapo. Por isso eu escrevo: quero que as pessoas amem o Piauí”, declara Marcos. Segundo ele, que é natural de São Raimundo Nonato, seu bisavô, João Rodrigues Damasceno (1890-1968) foi uma figura emblemática na região sul piauiense. “Ele participou em 1918 de movimentos sociais que enfrentavam os coronéis e visavam ajudar o povo excluído inspirados na vida de Lampião”, descreve.
O pesquisador descobriu através de suas aventuras através de relatos orais de parentes e pessoas mais velhas que seu ascendente participou de uma comitiva que viajou a Minas Gerais e representou o nordeste em apoio à revolução de 1930. João Damasceno também teria sido personagem de um episódio ainda desconhecido da historiografia nacional: o movimento messiânico do Arraial do Pau de Colher, cujos moldes se apresentam semelhantes ao aglomerado de Canudos.
“Essa história está sendo publicada primeiro por mim, mas há o interesse de pesquisadores de Minas Gerais. Entretanto, eles não têm todos os detalhes”, afirma Marcos. Segundo ele, o Arraial formou-se na divisa entre Piauí, Pernambuco e Bahia e chegou a abrigar 4 mil pessoas. O povoado foi liderado pelo beato cearense Quinzeiro e foi destruído no episódio conhecido como a Guerra dos Caceteiros onde a polícia dos três estados se uniram contra a população.
Além dos episódios que contam o passado ainda nebuloso do sul do Piauí com a ajuda do seu bisavô, Marcos escreveu ainda os livros “Tiradas do Seu Celerino” onde enumerou humores do personagem pitoresco da região; “Sociedade Informada”, obra apresentada pelo ministro Cristovam Buarque no qual reune artigos próprios e o “Portal SRN” no qual ajunta seus textos publicados na imprensa. O próximo passo será a publicação das obras.