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Ricardo Nunes e tucanos vivem relação turbulenta em São Paulo

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Foto: Prefeitura de São Paulo 


Quase um ano após a morte de Bruno Covas (PSDB), a relação do partido e de antigos aliados do ex-prefeito da cidade de São Paulo com seu sucessor, Ricardo Nunes (MDB), passa por um momento turbulento. Quando assumiu em definitivo o cargo, em maio do ano passado, Nunes prometeu que manteria o time montado por Covas no governo, mas o emedebista promoveu mudanças que desagradaram aos aliados.

Os tucanos reclamam que pouco a pouco o prefeito da capital está minando os espaços do partido na máquina, dispensando remanescentes da gestão Covas e deixando em suspenso as indicações de secretários que devem deixar seus cargos em abril para disputar vagas no legislativo, casos de Ricardo Tripolli (Casa Civil), João Cury (Educação), Aline Cardoso (Desenvolvimento Econômico) e Carlos Bezerra (Assistência Social).

A demissão de Pedro Barbieri da superintendência do Serviço Funerário foi o estopim da insatisfação dos "covistas". Barbieri foi dispensado por ter ido a Abu Dhabi ver o jogo do Palmeiras contra o Chelsea. Mas, segundo os tucanos, o funcionário, que é da "cota" de Gustavo Pires, ex-braço direito de Bruno, teria pedido licença para fazer a viagem.

Como reação, o presidente do diretório municipal do PSDB, Fernando Alfredo pediu uma audiência formal com Nunes para "discutir a relação".

"A vitória na eleição de 2020 foi do Bruno e seu grupo político. É natural, portanto, que se mantenham os espaços no governo desse grupo e do PSDB", disse o ex-secretário de Habitação e da Casa Civil, Orlando Faria, que foi demitido do cargo ano passado após apoiar Eduardo Leite nas prévias tucanas para a Presidência da República.

Os tucanos da capital querem manter nos seus cargos o secretário de governo, Rubens Rizek; das subprefeituras, Alexandre Modonezi; o diretor da SPTuris, Gustavo Pires, além de outros nomes do segundo escalão.

Os "covistas" reivindicam ainda a indicação dos secretários tucanos que deixarão os cargos para disputar as eleições.

Além de Orlando Faria da Casa Civil, o prefeito é cobrado pelos tucanos pela demissão de Alê Youssef da Cultura e Cesar Azevedo, que comandava a pasta do licenciamento. Mesmo após a morte de Bruno Covas, os tucanos da capital ligados ao ex-prefeito ainda dominam o diretório e zelam pelo espaço da sigla na administração.

O grupo planeja fazer um evento em homenagem a Covas para pressionar o prefeito, que sempre evoca o fato de manter o "legado" do tucano.

Procurado, o prefeito Ricardo Nunes disse que as mudanças em sua gestão foram pontuais e mantém os cargos do grupo de Covas.

Proximidade

No atual cenário político paulista, o Palácio dos Bandeirantes passou a reclamar de sabotagem do governo federal com o Estado, mas o prefeito Ricardo Nunes mantém um discurso afinado com o presidente Jair Bolsonaro - o que causou "desconforto" entre os tucanos.

Em um evento com clima de ato político na última quinta-feira, Nunes e Bolsonaro trocaram elogios e afagos na inauguração dos reservatórios do Córrego Ipiranga, uma obra feita em parceria com a Prefeitura e sem a participação do governo paulista.

'Briga eu deixo para eles'

Nunes disse que não há do que reclamar do governo do Estado e nem do governo federal. "Eu estou focado na prefeitura, com boa relação com o governo do estado e federal. A briga eu deixo para eles. O presidente vem a São Paulo inaugurar uma obra de interesse da cidade, eu tenho que tratá-lo com o respeito devido", afirmou.

No plano estadual, o MDB de Nunes vai apoiar a candidatura do vice governador Rodrigo Garcia (PSDB) à reeleição para o Palácio dos Bandeirantes, mas no nacional há um impasse sobre subir ou não no palanque de Doria.

 

 

Fonte: Estadão Conteúdo 

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