O motorista do veículo, Francisco José da Cruz (foto), 69 anos, que dirige profissionalmente há 46, afirmou que o trem começou a buzinar próximo ao cruzamento. “Não consegui frear, acabei batendo num poste e depois no trem", descreve.

 

 

Na colisão, o trem foi atingido dos dois lados pela frente. Antes de atingir o metrô, o caminhoneiro tentou brecar e acabou atingindo uma placa, um poste e derrubando outros dois, sendo que um deles, ao final, caiu por sobre o caminhão. Francisco teve um ferimento no nariz e sangrava muito.

 

Sem esperar a chegada da ambulância do Samu, ele foi ao pronto socorro municipal da região, mas não conseguiu ser atendido. “Os plantonistas foram todos ignorantes. E não fui atendido porque disseram que não tinha médico”, descreve.

 

 

Adriano Rodrigues, que trabalha na região, afirmou que este é o quinto acidente que presencia. “Isso acontece por desatenção dos motoristas. Os trens começam a buzinar a uns duzentos metros”, garante. Já a dona-de-casa Conceição Silva diz que a culpa é dos maquinistas do metrô. “Eles só buzinam quanto já estão muito em cima do cruzamento”, diz. O filho de Conceição, quase foi atingido pelos fios dos postes que se romperam e pipocavam na pista após o acidente. A Cepisa chegou ao local apenas 40 minutos depois.

 

 

Os maquinistas da locomotiva, Raimundo Alves e Antonio Linhares afirmam que houve uma imprudência do motorista. “Ele vinha em alta velocidade. Nós sempre sinalizamos a cerca de cem metros antes do cruzamento e estávamos quase parando porque nestas passagens de nível sempre reduzimos a velocidade”, descreve Raimundo. Segundo ele, a sinalização vertical e horizontal não são eficientes no local. “Não basta ter placa e tartaruga. Isso não faz com que os motoristas reduzam a velocidade. Só uma lombada a 10 metros é que poderia evitar acidentes”, calcula.