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Washington Bonfim critica PSDB e diz que novo coronelismo está em curso no Piauí

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O pré-candidato ao governo do Piauí pelo Cidadania, Washington Bonfim, voltou a negar nesta sexta-feira (18) que irá desistir de disputar o Palácio do Karnak nas eleições de outubro por causa das declarações do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, de que a federação PSDB-Cidadania vai apoiar o nome de Sílvio Mendes ao governo. Mendes vai se filiar ao União Brasil na próxima semana e formalizar aliança com o Progressistas.

Em entrevista ao Jornal do Piauí, Bonfim disse que não tem medo de enfrentar o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e destacou que está em curso no estado a construção do que ele chamou de “novo coronelismo”.

“Está mais firme do que nunca (a pré-candidatura). Se eu tivesse medo de enfrentar o ministro Ciro Nogueira e o Bolsonaro não estaria me propondo. É um momento importante para a história política do Piauí. Está em curso a construção de um novo coronelismo baseado no poder que a Casa Civil tem junto ao presidente da República. Nós estamos nos contrapondo de maneira muito clara e veemente desde o primeiro momento a essa situação”, afirmou, ressaltando que Silvio está colaborando com a destruição do PSDB.

“Que o pré-candidato do ministro Ciro Nogueira vá, mas não termine de destruir, que é aquilo que ele está fazendo, com o nosso PSDB. Falo nosso porque, por muito tempo, marchei junto inclusive com o pré-candidato do ministro Ciro Nogueira na administração de Teresina”, declarou.

Bonfim afirmou ter convicção de que toda a polêmica envolvendo o apoio a Sílvio tem participação de Ciro Nogueira. O pré-candidato aproveitou ainda para criticar o PSDB que, segundo ele, está servindo a outros interesses.

“Eu não só vejo como tenho convicção (participação de Ciro). Na realidade, o PSDB do Piauí está servindo a interesses outros que não os interesses da população piauiense, num arranjo político que me parece completamente fora de propósito, de vez que parte dessa premissa de uma reeleição do atual presidente da República e tem na pessoa do pré-candidato ao governo estadual, uma espécie de correia de transmissão, como a gente dizia antes, ou seja, totalmente sem identidade e a reboque de interesses outros que não sejam do interesse do Piauí”, ressaltou.

Foto: Arquivo/Cidadeverde.com

Nesta sexta, em entrevista ao Cidadeverde.com, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, confirmou que a federação PSDB/ Cidadania, quando formalizada, dará apoio a Sílvio Mendes. Segundo ele, o apoio foi um compromisso firmado anteriormente à construção da federação. Mesmo com o posicionamento, Washington Bonfim garantiu que não desistirá.

“A mensagem é essa: se há um candidato dentro da federação não há razão política nenhuma de suplantar os interesses do Piauí em nome de outros interesses que a gente não sabe quais são. A pergunta é se ele (Bruno) está disposto a passar por cima da federação. Eu não vou desistir por conta da posição do presidente nacional do PSDB, que está trazendo na mesa de discussão interesses que não são do estado do Piauí. É simples assim. Sou pré-candidato”, garantiu.

O pré-candidato continuou as críticas e disse que ser “tratorado” por uma decisão apenas de um lado é estranho. Para Bonfim, o Piauí não pode servir como moeda de troca.

“Ser tratorado por uma decisão unilateral de um político que apesar de ser do Piauí, coloca seus interesses partidários acima dos interesses da população me parece absurdamente estranha. Nossa candidatura está mais viva do que nunca. Estamos provando que o interesse aí não é com o Piauí. O Piauí não pode ser usado como moeda de troca para nada. O Piauí merece respeito e é isso que estamos divulgando”, afirmou.

Ainda de acordo com o pré-candidato, está faltando diálogo entre os partidos da federação, em contrapartida, havendo interferência de um terceiro partido ligado ao presidente Jair Bolsonaro.

“Tudo é questão de diálogo. Não está havendo diálogo. É uma imposição de um terceiro partido que não faz parte da aliança e é ligado ao presidente Bolsonaro, mandando nos interesses da aliança. Isso não é possível e o Piauí não aceita isso. Se tiver diálogo eu não tenho a menor dúvida que os interesses da população do Piauí vão prevalecer”, finalizou.

Hérlon Moraes
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