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Matrículas em cursos a distância na área da saúde cresceram 78%

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Foto: Arquivo/Cidadeverde.com

Os cursos a distância na área da saúde tiveram um aumento de 78% no número de matrículas entre 2019 e 2020. Eles já somam mais de 78 mil alunos, segundo dados do Censo da Educação Superior.

O levantamento foi feito pela empresa Educa Insights e divulgado na manhã desta terça (22) pela Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior). O censo é realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão ligado ao Ministério da Educação.

A modalidade a distância vem crescendo de forma acelerada no Brasil desde 2010 em todas as áreas. Nos últimos anos, a liberação de cursos da saúde nessa modalidade impulsionou ainda mais o número de matrículas.

Enfermagem é o curso com maior número de ingressantes nessa modalidade, foram 43,3 mil novos alunos em 2020 –um aumento de 30% em relação a 2019.

Desde 2015, os conselhos de enfermagem do país lideram uma mobilização nacional pelo ensino presencial. O CNS (Conselho Nacional de Saúde) também se uniu a diferentes associações e entidades da área para defender que profissionais que cuidam do atendimento médico não podem ter formação a distância.

Depois de enfermagem, o curso com o maior número de ingressantes foi nutrição, com 27.839 novos alunos –um aumento de 70,5% em relação a 2019. Farmácia teve um crescimento de 416% e chegou a 21.980 novos alunos. Biomedicina registrou aumento de 190%, com 27.045 ingressantes.

"O crescimento da procura pelos cursos na área de saúde já vinha acontecendo e foi acelerado pela pandemia. Tanto por ser uma área com mercado de trabalho aquecido, como por termos avançado no entendimento de que a saúde também pode ser bem assistida a distância, por exemplo, com a telemedicina", diz o presidente da ABMES, Celso Niskier.

Ele explica que nenhum curso da área da saúde ocorre apenas com aulas a distância. Segundo Niskier, as aulas práticas são presenciais, por isso, diz que as críticas dos conselhos profissionais não se justificam.

"Se os conselhos aprovaram ter telemedicina, por que não aprovam que os profissionais possam ter aulas teóricas a distância? Lembrando que aos conselhos cabe fiscalizar a execução da profissão, não como deve ser o ensino. Consideramos indevida essa posição deles ao querer definir a metodologia de formação dos profissionais", disse.

Niskier diz ainda que muitos dos que ingressam em cursos a distância já são profissionais da área da saúde com formação em nível técnico, mas que querem melhorar sua qualificação e avançar na carreira. "Por conciliar o trabalho com os estudos, eles precisam de uma flexibilidade maior nos horários dos cursos. O que o EaD permite."

Em 2020, pela primeira vez, as graduações a distância receberam mais alunos novos do que os cursos presenciais, somando tanto os ingressantes na rede pública quanto na privada. Segundo o censo, dos mais de 3,7 milhões que entraram no ensino superior, 53,4% escolheram cursos a distância.

As matrículas nessa modalidade passaram de 2,5 milhões em 2019 para 3,1 milhões em 2020.

Os cursos de direito na modalidade EaD tiveram o segundo maior crescimento, depois da área da saúde. Nesse mesmo período, o número de ingressantes aumentou 68%, chegando a ter 14,7 mil novos alunos, em 2020.

Também há resistência da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em relação aos cursos a distância. Em dezembro do ano passado, a entidade pediu ao MEC que suspendesse os processos de autorização de graduações nessa modalidade por 180 dias. Sob o argumento da necessidade de criar um grupo para definir um marco regulatório para cursos nesse formato.

Segundo a OAB, o país estava tendo a abertura desenfreada de cursos a distância, com grande oferta de vagas pelas instituições e sem parâmetros técnicos para avaliar a qualidade do ensino.

 

Fonte: Folhapress 

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