Cidadeverde.com

Trabalhadores da educação e transporte fazem novo protesto em Teresina

Imprimir
  • protesto8.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • protesto7.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • protesto6.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • protesto5.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • protesto4.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • protesto3.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • protesto2.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com
  • protesto1.jpg Renato Andrade/Cidadeverde.com

Aos gritos de "Dr. Pessoa não se esconda, a sua gestão é uma vergonha", servidores da rede municipal de Educação, professores da rede estadual, trabalhadores do transporte coletivo e movimentos que lutam por moradia realizaram na tarde desta terça-feira (29), o segundo ato unificado no Centro de Teresina, em busca de reajuste salarial e melhorias paras as categorias que estão em greve.

A concentração do movimento aconteceu na Praça do Fripisa, localizada no Centro de Teresina e a manifestação seguiu até o Palácio de Karnak.

Entre os manifestantes estão os servidores públicos da Secretaria Municipal de Educação (Semec), que entraram em greve no dia 7 de fevereiro, após a Prefeitura de Teresina conceder um reajuste salarial de 16%, valor inferior ao piso nacional aprovado neste ano, que foi de 33,23%.

"Hoje foi um dia de unidade. Hoje pela manhã o municipal e estadual esteve reunido na Alepi para que não fosse realizada a aprovação do projeto que não respeita a lei federal. E agora é um ato unificado da educação, do transporte e situação de moradia, onde pretendemos fazer vários desses atos para tirar a cidade desse caos", afirmou o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindserm), Sinésio Soares.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Ele explicou que a prefeitura não está levando a greve a sério, e que recentemente ocorreram reuniões entre representantes do Sindserm, do município e o Ministério Público, onde a gestão deixou de apresentar dados que deveriam comprovar que não existem recursos para o pagamento dos valores.

"A gente estava fazendo os cálculos mostrando o que era para pagar, com base em novembro do ano passado, que era o último mês que tínhamos em uma folha comum.  Agora tivemos acesso ao mês de janeiro do Fundeb, onde a prefeitura gastou com o pagamento de todo o pessoal, R$ 23 milhões, o que significa menos de 40%. A prefeitura deve gastar no mínimo 70% do Fundeb com pagamento de pessoal, que seria R$ 38 milhões. Então é um deboche, e vamos apresentar isso amanhã para o Ministério Público. Só queremos que eles cumpram uma lei federal", explicou.

Transporte coletivo

Motoristas e cobradores de ônibus também participam do ato. Desde o dia 21 de março eles estão em greve, em busca de reajuste salarial, assinatura da convenção coletiva, ticket de alimentação e plano de saúde.

"Queremos chamar a atenção da população, pois só queremos respeito. Essa prefeitura que com tantas promessas, não fazem nada. As últimas declarações do Robert Rios foram infelizes. Queremos trabalhar, mas com dignidade", afirmou o motorista Claúdio Gomes.

Moradia

Já o movimento em busca de moradia, tem a participação de pessoas que estão com medo de despejo, pois no próximo dia 31 de março acaba o prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que impedia o despejo de famílias devido à pandemia do novo coronavírus.

"Estamos preocupados com a possibilidade de ocorrer vários despejos em massa depois de 31 de março, após encerrar o decreto do Supremo Tribunal, onde centenas de famílias estão em ocupações. São centenas de famílias inteiras que podem ir para a rua. Só onde eu moro, na Vila Campino, são 26 famílias, então estamos com medo e queremos apoio do governo e da prefeitura, mas até agora, não nos receberam", disse Thais Cristina, representante do movimento.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Greve no governo estadual

A presidente do Sinte, Paulina Almeida, afirmou que Regina Sousa (PT) assume o governo do estado com um grande desafio, que é encerrar a greve do professores da rede estadual que já dura 37 dias.

"Certamente assume com muitos desafios, um deles é dos profissionais de educação, que estão se desvalorizando e que desde 2019 que nós não temos nenhum reajuste salarial e certamente a governadora deverá tomar uma decisão importante, que será de  atender as categorias para chegar a um denominador comum", afirmou.

Ela destacou que a greve vai continuar por tempo indeterminado, até que sejam atendidas as reivindicações.

"Vamos permanecer em greve, porque o nosso objetivo é a valorização profissional. O governo deve 50, 25%, e apresentou uma proposta de 14%. É inadimissível e não vamos aceitar. É uma greve que acontece em todo o estado e está unificada", destacou.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Prefeitura responde

Em relação a greve dos motoristas e cobradores de ônibus em Teresina, a Prefeitura Municipal informou que a mesma é motivada por desentendimentos entre o sindicato dos trabalhadores e sindicato de donos de empresas. 

"Desde que a paralisação foi anunciada, a Prefeitura tomou providências para amenizar seus impactos. A Superintendência de Transportes e Trânsito (Strans) cadastrou 250 veículos alternativos para atender à população durante o movimento grevista. Além disso, a Prefeitura tem participado das negociações entre trabalhadores e empresários, junto ao Tribunal Regional do Trabalho e está colaborando com propostas de soluções para o problema", informa.

Sobre os professores, a Prefeitura de Teresina disse que concedeu, nesta administração, um reajuste linear de 16%, a pedido dos próprios professores da rede municipal de ensino. 

"Na primeira proposta, o percentual de aumento era maior, porém, escalonado.  O menor salário inicial de um professor da Prefeitura de Teresina é de R$ 4.980,90, um dos maiores do país. A Prefeitura estuda pedir a ilegalidade da greve", afirmou.

Já sobre as famílias que pedem a desapropriação de áreas privadas para que recebam os títulos de moradia, a PMT disse que mantem um diálogo com todos e entende que não deve acontecer, em um primeiro momento, a desapropriação dessas áreas. 

"Neste momento, a PMT realiza o Regulariza Teresina, o maior programa de regularização fundiária já realizado na cidade. Pelo programa, as famílias que ocupavam áreas públicas antes da gestão de Dr. Pessoa devem permanecer. Já aquelas que ocuparam novas áreas vão responder a justiça", informou o Palácio da Cidade.

 

Flash Bárbara Rodrigues
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais