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Afasia: entenda a doença que fez o ator Bruce Willis se afastar do cinema

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Foto: Folhapress



O ator de Hollywood Bruce Willis, de 67 anos, foi diagnosticado com afasia e a família anunciou seu afastamento do trabalho na semana passada em função da doença. O comunicado, assinado pelas filhas, a atual esposa, Emma Heming, e a ex, Demi Moore, afirma que as habilidades cognitivas do artista foram afetadas. A afasia provoca alterações neurológicas, em quadros caracterizados por alteração na linguagem, na maneira de se expressar e interpretar as coisas.

De acordo com o médico neurologista Daniel Isoni Martins, a afasia pode surgir subitamente e por variadas razões. “Ela pode aparecer depois de o paciente ter um acidente vascular cerebral (AVC), comprometendo a fala da pessoa; pode ser consequência de infecções no cérebro, como meningite, encefalite, fungos, bactérias e vírus, impactando as expressões e a forma da pessoa compreender o outro; e ainda ser resultado de quadros demenciais, que chamamos de afasia primariamente progressiva, que surgem, geralmente, depois dos 60 anos”, explica.

Segundo o especialista, não foi divulgada a característica da afasia do ator, mas, de acordo com as informações gerais, ele acredita num quadro demencial, de afasia primariamente progressiva, no qual o paciente vai “involuindo” de tudo o que aprendeu ao longo da vida.

Ou seja, o portador dessa disfunção passa a não compreender com clareza o que as pessoas falam; a ter dificuldade em se expressar, de formar frases e de dar nome às coisas; e passa, também, a falar coisas sem sentido, além de não conseguir escrever. “A questão neurológica afeta uma área do cérebro que cuida do entendimento e compreensão das coisas. O paciente passa a não entender o sentido de algo que lhe é dito ou do que lê, por exemplo.”
 

Tratamento e prevenção

Sobre o tratamento, o neurologista explica que primeiro tudo vai depender do que causou a afasia. Se for um AVC, de imediato o paciente precisa ter atendimento no pronto-socorro, pois há medicamentos administrados por via venosa para desentupir a artéria causadora do derrame. Se for um tumor, é necessário operar; se há infecção no cérebro por vírus, bactéria ou fungo, trata-se com medicamentos.

“Já os casos neurológicos demenciais são mais complexos, pois não há um tratamento medicamentoso disponível. O que as equipes que trabalham em caráter multidisciplinar recomendam é a reabilitação com neuropsicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, que programam um planejamento completo para os cuidados com o paciente”, diz.
 
No âmbito da prevenção, o médico diz que praticar novas atividades é fundamental para a saúde do cérebro, principalmente para ativar a memória e produzir novas sinapses.

“As atividades intelectuais, como ler, ouvir música, aprender novos idiomas, são exemplos de estímulos interessantes para o cérebro se manter ativo. Manter cuidados básicos com a saúde também é importante para se prevenir contra esta disfunção, como cuidar da pressão alta, evitar que a glicose suba, assim como os níveis de colesterol. Todos esses cuidados refletem na saúde do cérebro”, complementa.

 

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Da Redação
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