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Palmeiras estreia na Libertadores em meio a preocupações com condicionamento

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O Palmeiras embarca, nesta terça-feira (5), para San Cristóbal, na Venezuela, onde vai estrear contra o Deportivo Táchira na Copa Libertadores de 2022, nesta quarta-feira (6), às 21h. É pelo norte da América do Sul que o clube paulista começa o segundo trimestre do ano podendo jogar, aproximadamente, mais 60 vezes na temporada.

Foto - Cesar Greco - Palmeiras

Abel Ferreira falou com todas as letras que teme pela forma e condição física dos atletas no meio da temporada. Como as prioridades da equipe eram o Mundial de Clubes e a Recopa Sul-Americana, o elenco atingiu condicionamento ótimo já em fevereiro. O treinador disse também que diante de um calendário insano, somado às dificuldades inerentes, é difícil imaginar como os jogadores vão responder.

"Nunca vivi um cenário destes, de ter oito ou nove jogos por mês, com estas distâncias todas, não sei como vamos aguentar. Vamos fazer tudo o que pudermos", disse ele, no último domingo (3), logo após conquistar o título do Campeonato Paulista. Mas o Palmeiras tem um plano, desenvolvido por seu Núcleo de Saúde e Performance, capitaneado por Daniel Gonçalves.

De exames de sangue a folgas, passando por rodízio de jogadores e avaliações psicológicas, o clube, como disse Abel, vai fazer tudo que puder para que os jogadores estejam em suas melhores formas até o fim de outubro, quando os preparativos para a Copa do Mundo do Qatar encerram a temporada no Brasil.

É um desafio complicado, mas Daniel Gonçalves acredita ser possível manter esse condicionamento ótimo obtido em fevereiro, por conta do Mundial e da Recopa, pelo resto do ano. "Há evidências científicas de que isso é possível", afirma. O segredo está nos tipos de treinamentos. Além de individualizados, eles devem abarcar aspectos táticos, técnicos, mentais e emocionais.

Em outras palavras, um corpo bem condicionado de um atleta que vive um abalo emocional pode não performar tão bem quanto o de outro jogador com as mesmas condições físicas, só que em um momento mais tranquilo mentalmente. Ou ainda, um jogador com uma dificuldade tática, que executa funções de modo inadequado e se desgasta à toa, terá desempenho pior do que alguém com melhor compreensão tática.

O emocional é um fator avaliado com cada vez mais no cuidado na preparação de um jogador. Afeta todos os aspectos da profissão. Até a recuperação física. Em alguns casos, se necessário, Daniel Gonçalves não descarta que o Palmeiras permite que um atleta fique algum tempo a mais em casa, de folga, como forma de acelerar processos de recuperação.

"A gente sabe que como qualquer trabalhador, às vezes, só de ficar em casa, acaba sendo muito bom para a cabeça. Pode acontecer, mas tudo isso conversado com a comissão técnica. É possível que pensemos em algo, uma recuperação passiva, para recuperar os mais fadigados", explica.

Dentro do processo de individualização calcado em exames bioquímicos determinam quais os níveis de fadiga muscular e propensão para lesões. E exames de sangue, entre outros aspectos, apontam nutrientes em falta para cada atleta.

Desse modo, pode-se determinar cargas e movimentações específicas de treinamento para cada jogador e uma dieta direcionada a acelerar a recuperação física. Cardápios específicos também são criados para favorecer o transporte de oxigênio pelo sangue, o que é particularmente útil para os jogos que o Palmeiras terá na altitude.

Ficaram famosas as imagens dos jogadores do Palmeiras treinando durante o longo voo que levou o time a Abu Dhabi, Emirados Árabes, para a disputa do Mundial, em fevereiro.

Ali, mais do que a parte física, a ideia era ajustar o relógio biológico para o fuso horário, com atividades que despertassem o organismo em momentos específicos que ajudariam o time a ir se acostumando mais rápido com a troca do dia pela noite.

Para a Libertadores, Daniel afirma que isso não será necessário. Claramente, não há uma diferença de fuso tão grande que demande isso. Mas uma movimentação leve, de caminhada, ficar um pouco em pé para acelerar alguma recuperação pode acontecer.

Mesmo que o Palmeiras tenha mais uma temporada quase perfeita, ganhe a Libertadores pela quarta vez e volte a disputar o Mundial de Clubes, um treino como aquele de fevereiro, só deverá acontecer em fevereiro de 2023, quando o Mundial de 2022, ainda sem local, voltar a ser disputado. O que pode significar um 2023 bem parecido com 2022 para o clube -não no resultado final, o palmeirense espera.

Para a partida de estreia na Libertadores, o Palmeiras não poderá contar com o técnico Abel Ferreira, expulso no jogo de volta da Recopa Sul-Americana.

O clube alviverde também deve ir a campo sem o atacante Rony e o lateral-direito Piquerez, substituídos na final do Paulista com traumas no joelho esquerdo e no ombro direito, respectivamente. 

O lateral-direito Marcelo-Rocha e o meio-campista Danilo também devem ser poupados. Uma provável escalação de Abel Ferreira tem: Weverton, Mayke, Gustavo Gómez, Murilo, Jorge; Jailson, Zé Rafael, Raphael Veiga, Gustavo Scarpa, Dudu e Gabriel Verón.

Fonte: UOL/FOLHAPRESS

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