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Adolescente teria dopado o avô para ir a festa ilegal em Teresina, diz conselheira tutelar

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Um dos 50 adolescentes flagrados em uma festa ilegal, realizada no último sábado (07) na zona Leste de Teresina, teria dopado o avô para conseguir ir ao local. De acordo com Renata Bezerra, conselheira tutelar Sudeste e que participou da operação, o jovem confessou que medicou o idoso e foi ao estabelecimento escondido dos familiares.

“Teve momentos em que um adolescente disse pra gente que saiu de casa dizendo para a mãe que iria dormir com o avô, que mora só na zona Leste, e o dopou para ir à festa, mas que iria embora às 3h. Dopou o avô e a mãe até então nem sabia que ele estava naquele local, sabia que estava dormindo com o avô”, revelou a conselheira em entrevista ao Jornal do Piauí.

Os adolescentes, com idades entre 11 e 17 anos, foram apreendidos em uma festa realizada no bairro no bairro Vale Quem Tem. 35 deles foram levados para a Central de Flagrantes, onde gravaram vídeos que viralizaram nas redes sociais durante o final de semana. Outros 14 precisaram ser levados para suas residências após os pais não terem sido localizados. 

Um fato que chamou a atenção das autoridades foi o comportamento de pais e responsáveis diante da situação. Bezerra citou que alguns pais acharam um absurdo e reclamaram, inclusive com palavrões, o fato de terem sido acordados na madrugada para buscarem seus filhos no estabelecimento. “A gente percebe a falta de fiscalização dos pais. Foram relatos impressionantes”, disse. 

De princípio, os pais foram penalizados com uma advertência, mas também devem ser ouvidos na investigação da Polícia Civil que investiga os responsáveis pela realização da festa com consumo de bebidas alcoólicas por menores. “Nós conselheiros estamos advertindo os pais e conversando, fazendo nosso papel de conscientização”, pontuou Renata Bezerra. 

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Inquérito investiga participação de adultos

Durante a operação no estabelecimento foram presos o dono do bar e um funcionário, soltos em seguida após pagamento de fiança. Apesar disso, os dois seguem sendo investigados por venda de bebidas alcoólicas para menores. “Isso é certo. Tão tal que foram apreendidas várias garrafas”, disse Lucivânia Vidal, da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA).

A suspeita dos investigadores é de que esta não tenha sido a primeira festa promovida pelos organizadores do evento. Além do consumo de bebida alcoólica às crianças e adolescentes, a DPCA também está apurando a possibilidade do crime de exploração sexual de menores durante a festa clandestina.

“Ali já era uma coisa corriqueira, com certeza, pois os adolescentes estavam muito à vontade [...] fazer aniversário não é crime, mas você fornecer e permitir o consumo de bebida alcoólica sim. Também vou investigar a facilitação da exploração sexual, porque estamos falando de públicos vulneráveis”, pontuou a delegada. 

A suspeita dos investigadores é de que esta não tenha sido a primeira festa promovida pelos organizadores do evento. Além do consumo de bebida alcoólica às crianças e adolescentes, a DPCA também está apurando a possibilidade do crime de exploração sexual de menores durante a festa clandestina.

Breno Moreno 
[email protected]

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