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Uso de telas como TV e smartphones atrasam linguagem de crianças; veja como evitar

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Foto: Freepik

 

Depois que as crianças começam a caminhar, a próxima etapa é o desenvolvimento da fala, que costuma acontecer um pouco depois, porém, algumas crianças apresentam um atraso na fala. Os motivos são vários, mas a intervenção dos pais no processo deve ser essencial para o estímulo dos filhos.

Segundo a fonoaudióloga Vanessa Falbo Simões Mariano, o esperado é que a criança comece a falar por volta dos dois anos de idade, porém antes disso muitas coisas vão acontecendo no desenvolvimento, que culminam na fala propriamente dita.

“Desde a atenção aos sons da fala muito cedo, quando a criança escuta as pessoas falando e passa a reproduzir a melodia da fala, isso já mostra o início do desenvolvimento de linguagem”, explica.

A especialista ressalta que existem diversas formas de estimular a linguagem de um modo geral, com mudanças de atitude e sem a exigência de materiais específicos, entre eles: conversar dando uma atenção bem direcionada ao filho, respeitar o tempo de elaboração das respostas, contar histórias e cantar músicas. Todas podem ser consideradas ótimas formas de estímulo da linguagem das crianças.

Para Vanessa, o uso de telas como TV, computadores e smartphones são contraindicados. “Enquanto a criança está fazendo o uso de telas, ela deixa de interagir com o outro e tende a não se comunicar de forma expressiva e precisa. A fala se desenvolve por meio do uso proficiente, das interações, desde as mais simples até às mais complexas. Nós mudamos nosso discurso conforme o interlocutor e por mais interativo que seja um aplicativo ou um desenho, nada substitui o contato com o outro, a percepção do contexto, a observação da expressão facial e corporal, tão importantes na expressão e compreensão da linguagem”, salienta.

Os pais podem perceber se o filho está com atraso, quando se nota que existe dificuldades por parte da criança em entender o que é dito, quando ela não interage muito bem, não conversa muito ou está demorando para falar. De acordo com a especialista, quando todos os indícios citados começarem a aparecer, vale a pena buscar o auxílio do profissional de Fonoaudiologia.

“Nem sempre é preciso intervenção, mas o Fonoaudiólogo pode direcionar a família para o desenvolvimento de um ambiente rico e estimulador em relação à linguagem”, esclarece.

Vanessa afirma que com a chegada da pandemia, apesar de muitos pais terem feito um excelente trabalho com os filhos, gerando uma aproximação das famílias, as crianças perderam a possibilidade da interação com outras pessoas em outros contextos. Por exemplo, durante a pandemia, as crianças perderam a possibilidade de se enturmar com indivíduos da mesma faixa etária na escola.

“É na escola onde ocorrem grandes interações, momentos dirigidos e espontâneos de aprendizagem e de brincadeiras, tão importantes no desenvolvimento da linguagem”, salienta.

Por fim, a fonoaudióloga destaca que sempre quando os pais tiverem dúvidas em relação ao desenvolvimento dos filhos, é importante consultar um fonoaudiólogo, pois este profissional está habilitado a esclarecer dúvidas e auxiliar a melhor forma de estimular a linguagem e caso necessário, tratá-la.


Veja as principais dicas que os pais podem usar para estimular a fala das crianças:

-Garanta que a criança esteja ouvindo bem, pois a audição é o principal canal de recepção de informações linguísticas. Se a criança não ouve bem, dificilmente terá um bom desenvolvimento de linguagem;

-Dê valor às falas espontâneas e todas as produções de sons que a criança fizer, se esforçando para compreendê-la, imitando-a, dando atenção e respondendo de forma positiva;

-Fale devagar e corretamente, dando à criança sempre o modelo correto. Nada de imitar a criança quando ela falar “errado” e evite utilizar palavras no diminutivo sempre;

-Aproveite ao máximo as situações de diálogo, utilizando palavras com sentidos novos, convidando as crianças à reflexão e oferecendo espaço para questionamentos;

-Pratique em casa jogos ou brincadeiras que estimulem a fantasia e a imaginação;

-Conte histórias, cante músicas, façam brincadeiras com palavras, entre outros. Tudo é válido;

-Favoreça a interação entre a família, escola e amigos, motivando a troca de experiências.
 

 

Da Redação
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