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Ministério espera receber vacina contra Covid para bebês na semana que vem

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Foto: Freepik

 

O Ministério da Saúde disse que a vacina da Pfizer liberada para crianças de seis meses a quatro anos deve chegar ao Brasil na semana que vem. Na última quinta (13), a pasta indicou o uso do imunizante apenas para crianças com comorbidades.

"Nós estamos nas tratativas finais com relação à chegada das vacinas e a expectativa é que elas já estejam no país em meados da próxima semana, na quarta-feira. Esse foi último dado que recebemos da própria empresa", afirmou o secretário-executivo do ministério, Bruno Dalcolmo, sem detalhar o número de doses.

"Estamos elaborando a nota técnica, que deve sair por essa semana. Obviamente, é uma vacina com posologia diferente de todas as vacinas que nós utilizamos. É mais uma vacina para o nosso complexo calendário vacinal. É uma vacina de três doses: a d1, com 30 dias a d2. Depois, com 60 dias, a d3", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.

"[É] da Pfizer, que tem só uma tampinha de cor diferente. Então a gente precisa ter reuniões com os coordenadores estaduais e municipais de imunização para darmos treinamentos e mitigarmos possíveis erros vacinais assim que essas vacinas chegarem em solo brasileiro", complementou Medeiros.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que "tudo isso tem que ser feito com responsabilidade". A vacinação contra a Covid-19 das crianças de três e quatro anos já é feita hoje com a Coronavac.

O ministro também afirmou que vai conversar com o presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina) sobre a resolução que tornou ainda mais restritiva a indicação do canabidiol (CBD) para uso medicinal. A norma foi publicada na última sexta (14). Queiroga disse que é preciso chegar a um "denominador comum".

"Eu ainda não li essa resolução, mas já me chegaram reclamações devido à indicação desses princípios ativos para além do que está posto nessa resolução. Vou conversar com o presidente do CFM, Hiran Gallo, para me inteirar melhor desses aspectos. Naturalmente, o CFM deve ter feito o devido impacto regulatório dessa medida. E vamos chegar a um denominador comum", afirmou.

"As pessoas não podem ficar prejudicadas. No Brasil hoje, a judicialização da saúde é algo muito presente, muito marcante. Então, se não tivermos normas que sejam muito apropriadas, acaba-se judicializando. E, mesmo com a melhor das intenções, você acaba pervertendo, distorcendo, a aplicação de políticas públicas eficientes", complementou.

As declarações foram dadas durante cerimônia no ministério em celebração ao Dia Nacional da Vacinação. Antes do evento, Queiroga deu a vacina de gotinha a uma criança que ainda não tinha se vacinado contra a poliomielite. Um ponto de vacinação foi montado na porta do ministério durante a manhã desta segunda.

A meta é vacinar 95% do público-alvo contra a poliomielite, cerca de 11,5 milhões de crianças. Até esta segunda, mesmo com a prorrogação da campanha, 65,5% das crianças tinham sido vacinadas, o que corresponde a quase 7,6 milhões. Apenas a Paraíba atingiu a meta, com 95,09% das crianças imunizadas.

Neste ano, a campanha foi encerrada no dia 30 de setembro com 54% do público-alvo vacinado. Mesmo assim, as vacinas do calendário nacional continuam disponíveis nos postos de saúde. Segundo o ministério, a meta de cobertura vacinal contra a poliomielite em crianças menores de 1 ano não é atingida desde 2017.

O PNI (Programa Nacional de Imunizações) recomenda a vacinação contra a pólio de crianças a partir de dois meses até menores de cinco anos de idade. Elas devem tomar três doses da vacina injetável -a chamada VIP (vacina inativada contra poliomielite)- aos dois, quatro e seis meses, e a vacina de gotinha -a VOP (vacina oral contra poliomielite)- aos 15 meses e aos quatro anos.

"A receita para que não tenhamos mais essas doenças nós já temos. Já sabemos o que devemos fazer, vacinar a nossa população. Desde o dia 7 de agosto, nós temos feito um apelo para todas as crianças brasileiras", disse Queiroga.

"Por outro lado, apesar de todos esses esforços, nós vivemos um problema mundial, a queda das coberturas vacinais. Isso acontece em todo o mundo, não só no Brasil. Em parte, isso se deve às pessoas não se lembrarem o que significa a poliomielite."

Em tom de campanha, o ministro também saiu em defesa do governo Bolsonaro sobre a condução da pandemia de coronavírus e criticou gestões anteriores. Assim como tem feito em outros eventos da pasta, Queiroga afirmou que o governo é a favor da vida e contra o aborto.

A poliomielite foi erradicada do país em 1994, mas a baixa cobertura vacinal e o crescimento de movimentos antivacina preocupam autoridades e especialistas. A doença, também chamada de paralisia infantil, provoca o comprometimento do sistema nervoso, levando à paralisia de membros e alterações nos movimentos. Em alguns casos, pode ser fatal.

 

Fonte: Folhapress

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