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Douglas Machado lança documentário no Salipi

Um dos lançamentos programados para o Salão do Livro deste ano é o documentário “O Retorno do Filho”, de Douglas Machado. O filme mostra as percepções do romancista, poeta e diplomata Alberto Da Costa e Silva, filho do nosso mais respeitado poeta, Da Costa e Silva, em uma viagem do Rio Janeiro até Amarante (PI), cidade natal de seu pai. Apesar de não ter data definida, a exibição será dentro da programação do Salipi, que acontece no Completo Cultural da Praça Pedro II de 8 a 14 de junho.


A viagem de Alberto que deu origem ao filme aconteceu exatamente no Salipi passado, onde Alberto era uma dos mais importantes convidados ao evento, que em 2008 homenageou Da Costa e Silva. Um ano depois, Douglas apresenta ao público o resultado de seu trabalho.
 
Primeiramente ele revela que a tônica do documentário tem como ponto de partida o livro “A Invenção do Desenho – Ficções da Memória”, onde o Alberto Da Costa e Silva relata, através de pontos de vista diferentes, alguns acontecimentos e personagens da história brasileira da década de quarenta em diante. Na obra, o autor narra também fatos cotidianos, observados por terceiros ou por ele próprio; fatos da infância ou dos locais e países por onde andou ou viveu, lembranças que preenchem a maior parte do livro. Por este motivo alguns biógrafos o classificam como um livro de viagens. Douglas acrescentou que seria como um livro de encontros.


 
O lado emocional em “A Invenção do Desenho” ocorre principalmente nos trechos em que vem as lembranças de seu pai. Em um deles, Alberto Da Costa e Silva narra a morte de seu genitor, em seus braços. Deste ponto o autor se vê diante de seu destino, que devido ao amor pelo pai, passa a ser como uma continuação da vida de Da Costa e Silva. É como uma vida única, construída em duas etapas, profetizada por Da Costa e Silva ao nascimento do filho, quando escreveu que Alberto daria continuidade aos seus passos, alcançando os sonhos que ele não conseguira realizar. Talvez por isso, Alberto seguiu a carreira de diplomata, tornando-se embaixador brasileiro em Portugal e países africanos, como a Nigéria, cumprindo o maior sonho de seu pai.
 
Talvez por isso, Alberto enveredou pela literatura, ao ponto de o levar à Academia Brasileira de Letras. Restaria a ele o reencontro com o passado do pai, o qual só conhecera principalmente através dos poemas e relatos de Da Costa e Silva. E é esse o mote observado por Douglas Machado: o reencontro do poeta com as origens do pai, que são também suas próprias origens. Essa temática foi desenvolvida em uma viagem de regresso ao Piauí, no estilo “road movie” [filme de estrada], aos moldes do livro de viagem que é “A Invenção do Desenho”.
 
De acordo com Douglas Machado, a edição de O RETORNO DO FILHO se afasta de uma postura tradicional, cujas ações determinariam as seqüências a serem gravadas, e comporta-se como um observador da realidade desta viagem. “Um dos pontos em que mais poderemos evidenciar O RETORNO DO FILHO como um documentário direto, inspirado no cinema da observação, encontra-se na própria gravação. O que significa que a câmera está ligada e atenta durante todo o filme. A medida certa do produto final é revelada na costura dos fragmentos do cotidiano desta viagem”, diz o diretor
“Neste olhar, a descoberta do outro, reconstrói a terra do pai. E neste solo paterno, o documentário apresenta um certo espelhamento para com o espectador: a memória e a reconstrução da memória”, conclui.
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