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Piloto brasileira briga por vaga na Ferrari e se prepara para a Fórmula 1

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Faz cinco anos desde que Aurelia Nobels deu os primeiros passos no automobilismo. Depois de começar em uma escolinha de kart, a piloto brasileira de 15 anos está em sua primeira temporada na Fórmula 4 Brasil.

O grande sonho é chegar à Fórmula 1 um dia, e ela encara, a partir desta segunda-feira (8), a maior oportunidade da carreira até aqui.

Aurelia é uma das quatro finalistas do FIA Girls on Track - Rising Stars, programa promovido pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) que reúne jovens pilotos mulheres do mundo todo.

A fase final começa nesta segunda, na sede da Ferrari em Maranello, na Itália. A vencedora deste ano ganha uma vaga na Academia de Pilotos da escuderia italiana.

Após ser aprovada na primeira fase do Girls on Track, realizada na França, em agosto, a brasileira agora disputa a vaga na Ferrari com duas inglesas e uma australiana.

Serão cinco dias de avaliações até a próxima sexta-feira (11): correr na pista com um monoposto de Fórmula 4, simulador, testes físicos e mentais e media trainning. A grande campeã será anunciada um mês depois.

"Estou muito ansiosa e muito focada, estou me preparando muito, treinando todos os dias. É uma oportunidade única que não posso deixar de lado. Sempre sonhei em entrar um dia e correr na Ferrari. 

Me imaginei sendo selecionada e está acontecendo. É muito difícil lidar com tudo isso, mas estou muito feliz. Estou com o mental muito bom, só quero mostrar para eles que eu vim para ganhar e mereço. Vou dar o meu melhor para poder ganhar essa vaga", disse em entrevista ao UOL Esporte.

TRIPLA NACIONALIDADE

Aurelia nasceu nos Estados Unidos, é filha de belgas e mora no Brasil desde os 3 anos de idade depois que o pai veio trabalhar no país.

A tripla nacionalidade está representada na pintura do capacete da piloto, que traz as bandeiras dos três países. Mas a jovem deixa claro: ela representa o Brasil.

"É algo que me representa bastante ter as três bandeiras. Faz 12 anos que moro no Brasil, me considero muito mais brasileira do que americana ou belga. Sempre representei o Brasil, pretendo continuar representando e vou pedir a nacionalidade brasileira", afirmou.

"É legal ter três nacionalidades, as pessoas acham que eu falo várias línguas. Eu falo quatro línguas. Também é mais fácil para as equipes de fora. Elas veem que eu tenho várias nacionalidades, tenho família fora [do Brasil]. Para me mudar é mais fácil."

A paixão por automobilismo veio do pai, Kevin, que assistia às corridas da Fórmula 1 quando era mais novo na Bélgica. Aos 10 anos, Aurelia iniciou sua trajetória no kart na escolinha do Tuka Rocha, ex-piloto da Stock Car que morreu em acidente de avião em 2019.

"Decidi que era a minha paixão. Falei para os meus pais que queria levar isso a sério. Agora faz cinco anos que eu ando", disse a piloto.

Em 2022, Aurelia é a única mulher no grid na primeira temporada da F4 Brasil, campeonato de base que soma pontos para a superlicença, necessária para chegar à Fórmula 1. Ela pilota pela equipe TMG Racing.

A ideia é seguir mais um ano na F4 Brasil e depois partir para a Europa para disputar Fórmula 3, Fórmula 2 e, finalmente, a Fórmula 1.

Os planos talvez mudem um pouco se ela vencer o Girls on Track. Neste caso, a jovem disputará o campeonato italiano no ano que vem. "É passo a passo, mas aprendendo e com muita calma".

Aurelia tem Ayrton Senna e Charles Leclerc como principais referências na modalidade, além de Bia Figueiredo, que deu dicas e se colocou à disposição para ajudar a garota de 15 anos no que ela precisar.

Tudo para que Aurelia pinte como uma das candidatas a, quem sabe, aumentar o número de mulheres na história da F1 dominada por homens.

"Espero que tenham outras meninas se inspirando em mim. Tento não ligar muito o que as pessoas acham de mim, mesmo se eu for mal nas corridas, que tenha maus resultados.

Tento focar e penso no que tenho que fazer. Não olho para o que as pessoas falam de ruim. Talvez nos próximos anos a gente veja uma mulher na F1. É muito difícil, mas acredito que vamos ver mais mulheres, sim."

Fonte: UOL/FOLHAPRESS

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