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Lesões, falta de alternativa de jogo, afobação: o que derrubou o Brasil

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O primeiro tempo das quartas-de-final teve o ritmo que a Croácia sempre sonhou para a partida. A bola girava de pé em pé dos croatas, tornava o andamento mais lento e ainda gerava incômodo sobre a defesa brasileira com a marcação pressão sobre a defesa.

Foto - Lucas Figueiredo - CBF

Só após o intervalo que o Brasil entrou no jogo: perdeu muitos gols.

Há problemas estruturais que levaram a esse resultado. Primeiro, a defesa brasileira acabou muito mexida durante a partida por conta das questões da lesões. Começaram Militão, Marquinhos, Thiago Silva e Danilo, duas improvisações nas laterais.

Durante o jogo, Marquinhos e Thiago Silva trocaram de lugar após um cartão de Danilo que tinha dificuldades para jogar no setor esquerdo. Mais para o final do jogo, Alex Sandro entrou no lugar de Militão e foi retomada a formação titular. Mas as seguidas mexidas tiveram influência no espaço encontrado pelos croatas para fazer o gol.

Tanto que o gol de empate sai justamente no setor de Danilo quando ele voltou a atuar pela direita.

Aí, neste gol da igualdade, é preciso ressaltar outro problema brasileiro. A falta de alternativa de jogo brasileiro ao sistema montado por Tite. O time joga normalmente para pressionar o adversário, priorizando jogadas pelas duas pontas, com um centroavante rápido em Richarlison.

É verdade que o time foi bem dinâmico na segunda etapa e passou a criar chances. Foram três bolas no pé de Neymar para decidir o jogo.

Ali, a afobação parece ter pesado, até um certo nervosismo. Ele Normalmente frio em situações na frente do goleiro, ele perdeu três chances frente a frente com Livankovic.

As conclusões pareciam fracas e, em um lance, fez a opção de jogada errada. Em um dos lances, deixou de dar um passe fácil que deixaria Vinicius Jr na cara do gol. Finalmente, na prorrogação, a jogada de tabela de Neymar, pelo meio e não pela ponta, levou ao gol.

Mas pode se constatar dois problemas:

1) o time tinha dificuldade de jogar com Pedro após a saída de Richarlison. O centroavante só foi testado pouco antes da Copa e teve só 30min no Mundial. Não era o primeiro da fila: Gabriel Jesus, contundido, era o preferido.

2) Com quatro atacantes, o Brasil em geral joga em um sistema para pressionar os rivais na marcação. Isso deu bastante certo quando o time precisava fazer gols. Mas, em vantagem no placar, a seleção não soube alterar seu estilo. Era preciso controle de bola, e uma postura mais cautelosa.

Pois o gol croata sai em um erro da contra-pressão de marcação brasileira que permite um contra-ataque com quatro contra quase no final do jogo. Petkovic empata o jogo com a defesa aberta. De resto, o Brasil permitiu a Croácia o jogo de paciência para cozinhar até os pênaltis.

GABRIEL CARNEIRO, PEDRO LOPES, DANILO LAVIERI E RODRIGO MATTOS
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS)

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