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Meia de compressão ganha espaço na prevenção de problemas circulatórios; veja benefícios

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Foto: Freepik

As meias de compressão ganharam novas funções. Antes utilizadas principalmente para o tratamento de doenças, elas agora são empregadas em cirurgias longas e fazem parte da rotina de atletas profissionais e amadores, mas nem todas as promessas de resultados condizem com os estudos científicos.

Ronald Flumignan, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, conta que nos últimos anos houve um aumento das evidências sobre formas não farmacológicas de cuidar das circulações sanguínea e linfática. Além disso, as empresas começaram a oferecer meias com diferentes níveis de compressão e as pessoas estão mais bem informadas sobre o cuidado. Esses três fatores contribuem para o maior uso.

"Antigamente, usávamos muito a meia de compressão para tratar problemas instalados. Hoje, aumentou o uso preventivo", compara.

Como opção de tratamento, as meias são recomendadas para pacientes com síndrome pós-trombótica, uma complicação da trombose venosa profunda, quando se forma um coágulo em uma veia profunda. "As meias de compressão ajudam o coágulo a voltar a circular, o que chamamos de recanalização", afirma Gustavo Brandão, cirurgião vascular e professor na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

Elas também são indicadas para pacientes com doença venosa crônica em grau elevado, em que as veias dilatadas e tortuosas, as varizes, não têm capacidade suficiente para reenviar o sangue das pernas para o coração.

"A meia tem uma compressão graduada. Em geral, na planta do pé a compressão é mais alta e vai diminuindo até o joelho ou a coxa. Dessa forma, ela funciona como uma bombinha, ajudando a trazer o sangue de baixo para cima", explica Brandão.

As meias também passaram a ser usadas para evitar a formação de coágulos em pacientes submetidos a procedimentos prolongados, como cirurgia plástica ou bariátrica. Nesses casos, a pessoa veste o acessório antes, durante e após a operação. Há também situações em que elas são usadas apenas no pós-operatório.

O momento de uso, esclarece Brandão, é avaliado a partir de uma escala que mede o risco de o paciente ter trombose venosa profunda e embolia pulmonar. A pontuação varia de acordo com a idade da pessoa, o tempo da cirurgia e doenças prévias, entre elas histórico de problemas que impeçam o uso de medicamentos anticoagulantes.

As meias elásticas também ganharam espaço na prática de atividade física, mas nessa área os benefícios ainda não estão tão elucidados. Flumignan menciona estudos que apontam leve melhora no desempenho de atletas que utilizam as meias, mas ainda não se sabe qual seria a compressão ideal nem se seria melhor usar antes, durante ou mesmo após a competição, para estimular a recuperação.

Os médicos também alertam que as peças não diminuem celulite ou extinguem o risco de trombose em mulheres que usam pílulas anticoncepcionais, e que não devem ser usadas por pessoas com diminuição da circulação na perna, úlceras ou feridas.

O principal efeito da meia elástica para prevenção, ressaltam os especialistas, é reduzir a sensação de incômodo nas pernas, que pode se manifestar como um peso, pequenos choques ou pontadas. Trata-se também de um recurso para melhorar o inchaço que surge nos membros de pessoas acamadas, daqueles que passam muitas horas sentados no trabalho ou em viagens e das gestantes, mais suscetíveis ao aparecimento de varizes.

Nessas situações, o modelo sugerido é o de média compressão, com cobertura do tornozelo e da planta do pé. Como a dinâmica no pé é muito importante para impulsionar o fluxo sanguíneo, as meias que comprimem apenas a panturrilha não são as mais indicadas, orienta Brandão.

Segundo Rosana Lourenço, gerente de marketing da empresa têxtil Hanesbrands Brasil, esse é de fato o tipo mais procurado pelo consumidor brasileiro. Ela afirma que, mesmo com a pandemia e a crise econômica, as vendas se mantiveram estáveis e nota-se uma mudança no perfil dos clientes. "A procura do produto pelos homens tem aumentado."

 

Fonte: Folhapress/Stephanie Piovezan

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