Foto: Arquivo Cidade Verde
Atualizada às 12h50
O ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social) confirmou que o governo vai fazer um pente-fino nos beneficiários do Bolsa Família.
Dias não deu prazo para a revisão nos beneficiários do programa ser concluída.
A iniciativa já era esperada. Como mostrou o UOL em novembro, durante a transição o PT já planejava redesenhar o programa -que, sob Jair Bolsonaro foi rebatizado de Auxilio Brasil- e fazer uma reavaliação dos beneficiários no CadUnico (Cadastro Único). Algumas regras do programa também serão alteradas.
"Vamos fazer uma revisão. Qualquer número é chute", afirmou ao sair da cerimônia de posse de Fernando Haddad no ministério da Fazenda.
Questionado sobre quantas pessoas poderiam deixar o CadUnico, Dias disse que não é possível ainda cravar uma estimativa. O Auxílio Brasil chegou a ter mais de 21 milhões de beneficiários.
Dias disse que o ministério vai trabalhar junto com o IBGE para revisar a população inscrita no benefício.
"Vamos trabalhar uma espécie de censo especial para o cadastro", afirmou.
Por isso, segundo ele, ainda não é possível calcular o quanto o programa vai passar a custar depois de excluir cadastrados que não se encaixam nas regras.
"Tem gente ilegalmente dentro e tem quem tem direito está fora", disse Dias.
Desde a implementação do Auxílio Emergencial durante a pandemia, fraudes ou erros em benefícios sociais têm sido recorrentes e especialistas têm dito que é necessário aprimorar o cadastramento dos beneficiários. O número de famílias com um único integrante no cadastro aumentou em 5 milhões em apenas 11 meses.
Matéria Original
O senador eleito Wellington Dias (PT) assume na tarde desta segunda-feira (02) o Ministério do Desenvolvimento Social, recriado pelo presidente Lula. Na pasta, Wellington Dias comandará um orçamento de R$ 200 bilhões e assumirá a missão de reestruturar o Cadastro Único para Programas Sociais, o chamado CadÚnico.
“É um orçamento de aproximadamente R$ 200 bilhões, voltado não só para a transferência de renda, mas para políticas para a família, no que é essencial para a pessoa humana”, explicou Wellington Dias sobre o ministério.
Para auxiliá-lo, Wellington Dias nomeou uma equipe com perfil técnico e político. O ex-deputado e ex-secretário de Governo Osmar Júnior (PCdoB) foi o escolhido para ser o seu primeiro secretário executivo.
Em entrevista ao portal Cidade Verde, Osmar Júnior falou sobre a ações prioritárias para a gestão no ministério.
“É o trabalho mais importante do governo Lula, pois é a tarefa de cuidar dos pobres, que são sempre esquecidos. São duas tarefas imediatas. Uma é combater a fome, nesse momento têm pessoas que não comeram e nem tem perspectiva no primeiro dia do ano. Isso é uma tragédia. Combater a fome é emergencial. O segundo é reestruturar o Cadastro Único. O cadastro é a política mais importante para a política social”, explicou.
O Cadastro Único para Programas Sociais ou CadÚnico é um instrumento de coleta de dados e informações para identificar famílias de baixa renda existentes no país para fins de inclusão em programas de assistência social e redistribuição de renda.
EQUIPE TÉCNICA
Além de Osmar Júnior, Wellington Dias confirmou o também piauiense Ranniêr Ciríaco para o cargo de secretário executivo adjunto da pasta.
Para a secretaria do Cadastro Único e gestão da informação, a petista anunciou Letícia Bartholo a socióloga e servidora pública federal. Já a secretaria Nacional de Renda e Cidadania ficará sob o comando de Eliane Aquino.
Lilian Rahal será a secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Luiz Carlos Everton o secretário Nacional de Inclusão Socioeconômica, André Quintão o secretário de Assistência Social e Laís Abramo a secretária Nacional de Cuidados e Família.
Paula Sampaio e Folhapress (Letícia Casado)
[email protected]