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Cenário para CBF definir técnico da seleção é complexo

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O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, voltou ao Rio de Janeiro nesta semana e, portanto, inicia a busca de fato de técnico para a seleção brasileira. 

Foto: Lucas Figueiredo/CBF | Ednaldo Rodrigues

O cenário para a confederação é bastante complexo. Os nomes preferidos não são de fácil acesso, e não há um treinador no país que seja unanimidade.

Como mostrado pelo UOL, a CBF tem como preferência um técnico estrangeiro inquestionável para revolucionar o time nacional e também sua estrutura. Outra característica do perfil seria falar português ou espanhol o que facilitaria sua adaptação ao ambiente e a jogadores.

São poucos treinadores com essas características. Os dois mais estrelados são Guardiola (Manchester City) e Ancelotti (Real Madrid). 

Ambos foram consultados pela CBF e o primeiro descartou, o segundo deu indicativo de que toparia conversar no futuro. 

Sua chegada, no entanto, não é vista como fácil na CBF. O treinador deu uma entrevista à Rádio Rai em que indicou preferir ficar no Real, embora tenha dito que não sabia sobre o futuro.

Outros nomes europeus não têm a mesma aura de inquestionáveis. Seriam vistos como apostas, ainda que com o perfil internacional mais robusto do que os técnicos nacionais.

A questão é se a CBF vai buscar um treinador na Europa sem ter a certeza de que ele esteja à altura do cargo.

Se não for possível um estrangeiro de renome, a CBF também não enxerga dentro do Brasil nenhum nome que se imponha como ocorreu com o próprio Tite ao assumir o time. 

Quando foi contratado, pelo ex-presidente Marco Polo Del Nero, o então treinador corintiano era considerado o melhor do país pela maioria da população e analistas.

Esse tipo de nome mais forte no cenário nacional também foi visto em alguns casos da gestão antiga de Ricardo Teixeira como Muricy Ramalho (que recusou), Luiz Felipe Scolari (primeira passagem), Vanderlei Luxemburgo e Carlos Alberto Parreira (segunda passagem). 

Todos ascenderam com aprovação popular e de mídia. Em geral, Teixeira, aliás, esperava a temperatura popular para fazer sua opção.

No atual quadro, o técnico Fernando Diniz, do Fluminense, tem potencial pelo estilo ofensivo, mas ainda sem título para dar peso à indicação. Ele tem lobby dos jogadores da seleção que gostam de seu estilo. Seria uma aposta.

O técnico mais vitorioso do país no momento - o português Abel Ferreira, do Palmeiras - também é uma possibilidade. São inegáveis suas qualidades táticas e seus métodos. De novo, não é um estrangeiro que seria unanimidade como os renomados da Europa.

Outros treinadores, como Dorival Jr ou Mano Menezes, alternam trabalhos ruins e bons - os dois fizeram temporadas exitosas em 2022. Mas Dorival Jr, por exemplo, não ficou no Flamengo por decisão do clube.

A realidade, portanto, é que a escolha do técnico da seleção está longe de ser natural. Ednaldo ainda não bateu o martelo, por exemplo, nem sobre se vai ter um diretor de seleções ao seu lado para fazer a escolha do treinador. Há uma ideia na CBF de um dirigente profissional, mas isso não é uma questão fechada.

O atual presidente da CBF, ao contrário de antecessores, gosta de futebol e assiste bastante a jogos. Essa é sua primeira escolha de técnico, o que aumenta a pressão por acerto - se elegeu no ano passado ao cargo.

A intenção da confederação é contratar o treinador em fevereiro. A data-Fifa de março, no entanto, não é vista como prioritária. Se não tiver uma convicção, portanto, Ednaldo pode prolongar sua decisão.

RODRIGO MATTOS
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) 

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