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De olho na Copa, Arábia Saudita recebe possível último Messi x Cristiano

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Quase um mês depois da final da Copa do Mundo no Qatar, Lionel Messi, 35, e Cristiano Ronaldo, 37, estão de volta ao Oriente Médio.

Desta vez, os astros vão se enfrentar em um amistoso entre Paris Saint-Germain e um selecionado formado pelas equipes Al Hilal e Al Nassr nesta quinta-feira (19), às 14h (de Brasília), em Riad, na Arábia Saudita.

O português chegou ao Al Nassr no último dia 3 e veste a braçadeira de capitão diante do time francês.

O duelo, no estádio Rei Fahd, é tratado como último entre Messi e Cristiano Ronaldo, após ambos terem praticamente duopolizado, desde o final dos anos 2000, a disputa pelo posto de melhor jogador do mundo.

Em Riad, essa rivalidade ofusca a presença de outras estrelas do PSG, como Neymar e Mbappé. Entre os habitantes de Riad e os organizadores do evento, o jogo é evocado como o capítulo derradeiro do embate entre o argentino e o português.

A partida em que Cristiano Ronaldo fará sua estreia no futebol árabe é tida como um golpe de sorte entre os sauditas.

O amistoso deveria ter ocorrido em janeiro de 2022, quando o português ainda defendia o inglês Manchester United, mas a viagem foi cancelada pela equipe francesa em razão da evolução de casos de Covid-19. 

Um funcionário envolvido na organização, que não quis gravar entrevista, ficou emocionado ao apontar que o encontro entre Messi e Cristiano é uma dádiva divina após o cancelamento do ano passado.

Agora, o amistoso virou mais um dos cartões de visita com que os sauditas pretendem se apresentar para o mundo como uma nação simpática e apaixonada por futebol.

Sob as ordens do seu príncipe Mohammed bin Salman, a Arábia Saudita está empenhada em sediar a Copa do Mundo de 2030 e atua nos mínimos detalhes. Salman presenciou a cerimônia de abertura do Mundial no Qatar ao lado do presidente da Fifa (Federação Internacional de Futebol), Gianni Infantino.

Todos os ingressos, que custaram entre R$ 40 e R$ 60, foram vendidos, de acordo com o responsável pelo evento, Turki Al-Sheikh, conselheiro da Corte Real e chefe da Autoridade Geral de Entretenimento.

O estádio tem capacidade para 68 mil pessoas, e Al-Sheikh diz que 2 milhões de pessoas tentaram comprar bilhete.

Mushref Al-Ghamdi, um empresário saudita do setor imobiliário, arrematou um bilhete VIP por R$ 14 milhões em um leilão promovido pela organização do amistoso. 

O lance inicial havia sido de R$ 1,3 milhão. A quantia será revertida para uma entidade beneficente. O bilhete dará direito a entrar nos vestiários e jantar com os atletas.

"A partida já alcançou a atenção global, e os canais de televisão correram para obter os direitos de transmissão ao vivo", disse Al-Sheikh, que vem enaltecendo o amistoso e promovendo vídeos como um em que coloca a braçadeira de capitão em Ronaldo.

No Brasil, será possível acompanhar a partida pela ESPN e seu serviço de streaming, Star+. O duelo será exibido também pelo canal do PSG no YouTube.

Para os franceses, o amistoso é visto como caça-níquel. Do ponto de vista esportivo, a sua importância é questionável. Segundo o jornal L’Equipe, o PSG vai embolsar, no mínimo, 10 milhões de euros (R$ 55 milhões) com a excursão.

A formação parisiense perdeu duas das quatro partidas que fez neste ano, e o técnico Christophe Galtier cobrou os atletas publicamente.

"Deve haver conscientização. Pode-se encontrar mil desculpas, mil razões. Mas a Copa do Mundo acabou. Ainda que estejamos dispersos, devemos encontrar coesão, ritmo e intensidade", afirmou o treinador.

Antes de chegar em Riad, o elenco cumpriu em Doha, no Qatar, uma agenda de compromissos comerciais com patrocinadoras, entre elas a Qatar Airways.

Nesta quarta, o PSG reuniu 30 mil torcedores em seu último treino antes do jogo, no Khalifa Stadium, em Doha. O time só embarca à capital da Arabia Saudita na manhã da partida.

O argentino Marcelo Gallardo, que fez história no argentino River Plate e atualmente está sem clube, foi contratado para comandar o selecionado árabe no jogo. O time deverá contar com os brasileiros Talisca, do Al Nassr, e Matheus Pereira, do Al Hilal.

O repórter viajou à Arábia Saudita a convite da organização do evento.

CARLOS PETROCILO
RIAD, ARÁBIA SAUDITA (FOLHAPRESS)

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