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Polícia crê que ex-estudante de medicina teve apoio financeira de familiares

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Foto: arquivo pessoal/ Polícia Civil

Mudança de aparência do estudante chama atenção. Ele foi condenado por estupar a irmã e uma prima

Da denúncia à condenação e prisão foram 15 meses. Esse foi o tempo que o ex-estudante de medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas, condenado a mais de 33 anos por estuprar a irmã e uma prima, conseguiu escapar das autoridades policiais e do Judiciário. Ele foi preso nesta quarta-feira (18) em Mar del Plata, na Argentina. Segundo o delegado Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas e Avaliação de Riscos, há indícios de que ele tenha passado também pelo Paraguai e tido apoio financeiro de familiares para se manter tanto tempo escondido. 

Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

Delegado Matheus Zanatta,  superintendente de Operações Integradas e Avaliação de Riscos

"Ele é de uma família com poder aquisitivo bom. Existem indícios fortes de que ele teve ajuda financeira dos familiares. No entanto, esse tipo de conduta não é tipificada no Código Penal. Agora se um terceiro tiver ajudado, sem ser familiar, pode responder pelo favorecimento pessoal", explica o delegado. 

O caso teve projeção nacional. Além do fato das vítimas serem parentes de Marcos, elas eram crianças com idades de  9 anos (irmã) e  12 anos (prima). Ao ser preso, o ex-estudante estava com uma aparência totalmente diferente. Atualmente, ele está de cabelos longos e de barba, uma estratégia para dificultar a identificação. 

Foto: Polícia Civil

O ex-estudante de medicina foi preso na Argentina, enquanto saía de um shopping em Mar Del Plata

A investigação da Polícia Civil do Piauí contou com a participação imprescindível da Polícia Federal da Argentina e também da Interpol. No tempo em que ficou foragido, o ex-estudante de Medicina ficou off das redes sociais, mas a investigação do ambiente cibernético foi essencial para a localização dele. 

"Para conseguir realizar a prisão foi diligência em ambiente cibernético e muito trabalho de campo. Nós trocávamos informações com a Polícia Federal Argentina e eles iam a campo para tentar confirmar alguns dados que repassávamos pra eles. No ano passado, ele estava em Buenos Aires.  Realizamos a troca de informações com a PF da Argentina e com outros órgãos internacionais para confirmar que ele realmente estava lá. Descobrimos que morava num hostel e trabalhava em um restaurante em um bairro de luxo em Buenos Aires", conta Zanatta. 

Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

Delegado Matheus Zanatta,  superintendente de Operações Integradas e Avaliação de Riscos

"Depois que foi publicada a sentença com publicidade a nível de Brasil, ele começou a se movimentar e foi pra Mar Del Plata. Tivemos que iniciar novamente as diligências de campo, principalmente, de ambiente cibernético. Assim conseguimos ter indícios de que ele estava lá. Repassamos para a Polícia Federal Argentina que fez o acompanhamento, confirmou e fez a prisão dele ontem saindo de um shopping", destaca o delegado. 

Além da Argentina, Marcos Vitor teria passado também por Foz do Iguaçu, no Paraná, ido até ao Paraguai para, só então, ir a morar na Argentina.

"Ele foi ilegal pra lá. Então, no sistema da Polícia Federal não tinha passagem para lá, mas sabemos que ele foi no ano passado pra Argentina e entrou pela fronteira seca onde não há fiscalização. Provavelmente o trecho dele foi Foz do Iguaçu, Paraguai e Argentina. Só podemos confirmar quando ele chegar", explica Zanatta. 

Desde que foi preso, o ex-estudante de medicina só fez contato com o poder judiciário argentino. Ele só será ouvido pela autoridade policial quando for extraditado, o que deve demorar cerca de três meses. 

"Agora é uma questão muito burocrática. Como existe o acordo Mercosul, provavelmente, esse tempo de extradição diminua. Se ele aceitar de imediato vir logo para o Brasil, em um prazo de dois a três meses deve chegar aqui", disse o delegado Matheus Zanatta. 


Graciane Araújo
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