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"Saiu com vida e chegou no caixão", desabafa avó de Janaína Silva em apelo por Justiça

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Lucinda Marques, 81 anos, avó da estudante Janaína Bezerra que foi assassinada na Universidade Federal do Piauí (Ufpi), é mais uma das vozes que clamam por Justiça. O feminicídio tem causado revolta, mobilizações por segurança no campus da instituição de ensino e debates contra a violência de gênero.  A estudante teve as vértebras do pescoço deslocadas e foi encontrada também com sinais de estupro. A avó lembra da neta com saudade, diz que ela era como uma filha, além de amiga e desabafa ao relembrar o trágico dia.

"Só estudava [...] era muito calma, muito alegre, não tinha zanga, ela não respondia ninguém. Saiu com vida e chegou no caixão. Isso aí pra mim foi pesado. Está nas mãos de Deus. Só Jesus resolve", desabafa a avó.  

A tia Sílvia da Silva relembra que viu a sobrinha viva pela última vez justamente antes dela sair para a calourada da Ufpi com uma amiga. 

"A amiga foi buscar e ela foi. Quando ela saiu no portão meu coração apertou e deu vontade de não deixar ela sair, mas deixei e recomendei cuidado e que qualquer coisa ela ligasse, pois a gente fica preocupada. Depois já foi minha irmã que me ligou e saí daqui no desespero para querer saber mais notícias da minha sobrinha que não sabia onde ela estava", relata a tia. 

Silvia reforça o apelo por Justiça e diz que não consegue entender o motivo de tanta violência. O estudante de mestrado Thiago Mayson da Silva Barbosa, 28 anos, é apontado como autor do crime que ocorreu em uma sala de estudos da Ufpi durante uma calourada no último fim de semana. Ele permanece preso. 

"Não posso entender o por quê de tanta violência! quando eu olho pro quarto [...] me lembro direto. Não consigo dormir. Pra mim, ela está me gritando pedindo socorro. Foi muita dor! eu sei que a gente tem que morrer, mas da forma que ele fez com minha sobrinha tão frágil. a minha sobrinha sofreu muito. Porque ele fez isso com ela?! ela não merecia morrer dessa forma. Eu quero Justiça, eu quero que todas as mães ajudem a gente para não deixar esse bandido sair da cadeia. Ele pode fazer isso com qualquer um de nós",diz a tia da vítima. 

Graciane Araújo
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