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Sintetro cobra solução para crise no transporte coletivo em Teresina

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Novamente atingidos com a possibilidade de não receberem os salários, motoristas e cobradores de ônibus do transporte coletivo foram na manhã dessa terça-feira (7) até a Câmara de Teresina para protestar contra a situação. Ainda nesta terça-feira, motoristas do transporte eficiente realizaram uma paralisação de advertência, afirmando que a empresa Santa Cruz está há quase três meses sem receber pagamentos da prefeitura de Teresina.

Na segunda-feira (6), a categoria do transporte coletivo paralisou as atividades devido à possibilidade de atraso no pagamento do salário, após o Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano) enviar um ofício à categoria informando das dificuldades dos consórcios para efetuar os pagamentos. 

O problema é recorrente e a categoria já realizou várias paralisações na capital. Antônio Cardoso, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário (Sintetro) informou que a categoria sofre problemas salariais há anos e que nada é resolvido.

“A gente vai continuar parando. Estamos aqui com os presidentes de associação, líderes comunitários, movimentos estudantis e vamos convocar outros sindicatos, inclusive de outros estados, para a gente fazer a diferença em Teresina. Passou do tempo do prefeito resolver essa situação”, criticou.

Na segunda-feira ocorreu uma reunião entre o Sintetro, Strans e Setut, mas nada foi resolvido. “A gente quer ver o direcionamento que o Bruno [Pessoa], que é o superintende da Strans vai tomar aqui. Sabemos que essa Casa [a Câmara Municipal] tirou da Eturb cerca de mais de R$ 80 milhões, que entendemos que é o suficiente para resolver o problema. Porque esse dinheiro não chegou na Strans? Porque ontem lá, o que foi ofertado foi R$ 850 mil que sabemos que só dá para o ticket de alimentação, e aí vamos ficar sem salário e plano de saúde que a gente tinha? E olha que é um salário de 2019”, disse Antônio Cardoso.

O presidente criticou a condução que tem sido realizada pela gestão do prefeito Dr. Pessoa, que até o momento não conseguiu resolver a situação.

“O que eles estão esperando é que a gente faça uma greve oficial, para encaminhar ônibus clandestinos, de péssima qualidade para ofertar para a população, nesse sistema dizendo que é graça, cerca de 85 ônibus, quando sabemos que não atende nem o grande Dirceu, imagine de graça, então isso afeta a nossa categoria como o todo. Do outro lado o Setut massacrando a categoria, que quando chega o pagamento, diz que não vai ter porque não receberam dinheiro da prefeitura, então são vários os problemas e só quem é penalizado é a nossa categoria”, destacou.

Antônio Cardoso afirmou que o Setut e a Strans não conseguem chegar a um acordo e que isso está afetando os trabalhadores. Ele ainda disse que os trabalhadores vão começar a negociar diretamente com as empresas, sem intermédio do Setut.

Setut se manifesta

O coordenador técnico do Setut, Vinícius Rufino, afirmou que espera da prefeitura um repasse de R$ 2 milhões para que seja possível pagar os salários dos trabalhadores. Destacou ainda que as empresas arrecadam dinheiro insuficiente para que seja mantido o atual sistema.

“De fato a grande dificuldade é fazer os pagamentos a contento, não só relacionada a folha de pagamento, mas nós temos uma dificuldade da cobertura total do custo do sistema, porque o sistema não arrecada a contento, a gente tem uma necessidade que o município entre no circuito fazendo a cobertura contratual da diferença dos valores do custo. Teve uma reunião ontem para tratar essa questão, para tratar sobre o pagamento dos salários e o município nos sinalizou que está retomando essas tratativas, no sentido de fazer esse repasse de maneira adequada e estamos aguardando uma resposta ainda hoje sobre esse repasse específico para a cobertura dessa folha que venceu agora no começo da semana”, afirmou.

Ele explicou que é preciso que a prefeitura faça o devido repasse para realizar os pagamentos. “A gente vinha recebendo até o mês de setembro do ano passado, somados os repasses acertados na Justiça do Trabalho e de valores de 2020 e que vinham sendo utilizados para o pagamento da folha, era algo em torno de 2 milhões e 50 mil reais aproximadamente, e é um valor que a gente solicitou que fosse pago ainda hoje, para a gente fazer o pagamento da folha que venceu agora”, destacou.

Ele disse não concordar com o posicionamento do Sintetro, que quer dialogar diretamente com as empresas, sem intermédio do Setut.

“As empresas são as operadoras, o sindicato é o congregador das operadoras para efeito, negociação e questões administrativas que regem os interesses gerais. Eu particularmente não creio que tratando individualmente por empresa, se consiga chegar a uma resolutividade, porque a dificuldade de todas é a mesma, o custo para todas é praticamente o mesmo”, explicou Vinícius Rufino.

Strans se manifesta

O superintendente da Strans, Bruno Pessoa, afirmou que iria se encontrar ainda nessa terça-feira com o prefeito de Teresina para tratar sobre a situação.

“Ontem tivemos uma conversa com o pessoal do Setut e do Sintetro, e a procuradoria-geral o município, ouvimos a problemática, apesar da gente não ser parte de problema trabalhista, levaremos encaminhamentos ao prefeito Dr. Pessoa, para alguma solução, que a gente consiga fazer algum aporte financeiro para que o sistema não paralise e não pare. Vou conversar com o prefeito e a gente espera até sexta-feira ter uma posição", afirmou.

 

Bárbara Rodrigues, Gorete Santos e Paula Sampaio
[email protected]

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