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Primeira delegada do Piauí, Vilma Alves se emociona ao relembrar luta na segurança

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Fotos: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Vilma Alves foi a primeira delegada mulher do Piauí. Hoje, aposentada, ela participou do primeiro Congresso para Mulheres Policiais e se emocionou durante seu discurso ao relembrar sua trajetória e luta para garantir a segurança mulher no Piauí. 

“Quando chego aqui e vejo um Congresso para nós mulheres que fazemos a segurança pública do Piauí, fico emocionada. O encontro é para dizer que nós estamos preparadas para fazer segurança da nossa sociedade. Para mim, é um conforto. Porque eu transformei, tenho certeza, a segurança do Piauí”, disse a delegada Vilma. 

Em seu discurso, Vilma Alves relembrou que durante os anos ouviu muitos depoimentos tristes de milhares que eram maltratadas e assistidas nas delegacias, porque, segundo ela, faltava toque feminino para acolher a mulher violentada. Por conta disso, Vilma lutou pela causa por mais de três décadas e se orgulha do trabalho realizado a frente da Delegacia da Mulher no Piauí. 

“Todo lugar que só poderia ser dos homens, nós estamos ocupando. Por isso, me sinto honrada em transformar uma sociedade civil preconceituosa, cheia de racismo. Nós cortamos essas amarras, fizemos uma sociedade com um olhar de mulher, andar de mulher, inteligência de mulher”, frisou a delegada aposentada. 

Vilma se emocionou ao relembrar de duas companheiras de luta pela causa da mulher no Piauí. Uma delas que carinhosamente chama de Gracinha. Segundo Vilma, antes e depois da promulgação da constituição no Brasil, elas percorreram vários estados brasileiros estudando políticas voltadas para as mulheres. 

“A Gracinha viajou comigo por essa razão. Lutamos pelo espaço. Andamos pelo Brasil para fortalecer a mulher brasileira, não foi só o Piauí. Nós percorremos o Brasil todo. Antes da Constituição e depois da Constituição. A Constituição é chamada de constituição cidadão por nós mulheres. Tudo isso foi conquista nossa, das mulheres”, ressaltou Vilma Alves. 

Vilma foi pioneira por ser a primeira delegada mulher e a primeira delegada negra. Ela relembra com orgulho da conquista, mas destaca a dificuldade em estar um espaço predominado por homens. 

“Foi difícil, principalmente por ser negra. Mas nunca fiquei triste por isso. Quando me preparei para ser delegada e defender a mulher, a Polícia Civil era muito difícil pela forma como tratava o acolhimento, eu modifiquei isso e tenho consciência disso. Naquela época, a mulher podia ser o máximo professora. Hoje estamos em todos os lugares. Uma mulher coronel, uma mulher delegada”, celebrou Vilma Alves. 

 

Nataniel Lima
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