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Brasil encara Inglaterra, em Wembley, de olho na Copa do Mundo

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Ter a chance de jogar no icônico estádio de Wembley é algo único até para atletas experientes. Rafaelle, zagueira do Arsenal e da seleção brasileira, sabe o quanto a partida desta quinta-feira (6) vai ser inesquecível.

O Brasil enfrenta a Inglaterra na primeira edição feminina da Finalíssima, confronto entre as campeãs da Copa América e da Eurocopa.

"Tive a oportunidade de jogar no Maracanã em frente a 70 mil pessoas e foi incrível, agora teremos muito mais ingleses na arquibancada, e sei como são esses jogos. A torcida é o 12º jogador e temos que ter cuidado. 

Essa partida vai ser importante não só para o futebol feminino, mas também para mim, porque vou poder dizer aos meus filhos que joguei em Wembley em frente a quase 90 mil pessoas. Vai ser especial," disse Rafaelle.

Os mais de 80 mil ingressos vendidos, com entradas esgotadas desde janeiro, são uma amostra da popularidade do futebol feminino na Inglaterra.

Em Wembley, em julho do ano passado, as inglesas conquistaram a Eurocopa ao vencerem a Alemanha diante de mais de 87 mil espectadores, recorde de público em uma final da competição tanto no masculino quanto no feminino.

"Estou na seleção há um tempo, acompanhei esta transição desde o começo, quando não havia tanta cobertura da imprensa, tanta gente no estádio, e é importante estar vivendo isso," disse Rafaelle.

"Tem muita coisa ainda para acontecer, o futebol feminino é o esporte do futuro. A gente tem uma equipe que mistura atletas experientes e jovens e que podem surpreender. As pessoas estarão aqui para ver bom futebol e é um jogo que vai ser decidido nos detalhes."

A partida faz parte da preparação para a Copa do Mundo de futebol feminino, que será realizada entre 20 de julho e 20 de agosto na Austrália e Nova Zelândia. O Brasil também joga um amistoso contra a Alemanha no próximo dia 11, em Nuremberg.

A técnica Pia Sundhage convocou 27 jogadoras paras as partidas contra Inglaterra e Alemanha. O Brasil se apresentou na última segunda-feira (3) em Londres sem as atacantes Marta e Nycole e a meio-campo Duda Sampaio, cortadas por lesão. 

As jogadoras têm previsão de recuperação entre três e quatro semanas. Foram chamadas as meias Duda Santos e Luana e a meia-atacante Andressa Alves de volta à seleção pela primeira vez desde 2021. O grupo tem duas estreantes: a goleira Camila e a atacante Aline.

"Nós não temos muitas jogadoras que já tiveram a experiência de ter disputado uma Copa do Mundo, por isso será fantástico ver como elas vão lidar com um estádio lotado, jogando contra um grande time, será uma experiência enorme para elas," disse Sundhage.

A seleção pode começar a partida desta quinta com: Letícia; Bruninha, Lauren, Rafaelle e Tamires; Ary Borges, Kerolin; Nycole, Adriana, Geyse e Bia Zaneratto.

A Inglaterra segue sem a atacante Beth Mead, artilheira da Eurocopa e eleita melhor jogadora do torneio. Em novembro do ano passado, a companheira de clube de Rafaelle rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho, e corre contra o tempo para tentar ir ao Mundial.

As inglesas estão em 4º lugar no ranking da Fifa, enquanto as brasileiras ocupam a 9ª posição. No último encontro entre as duas seleções, um amistoso em 2019, o Brasil venceu por 2 a 1.

A seleção inglesa deve ir a campo inicialmente com: Mary Earps; Jess Carter (Lucy Bronze), Leah Williamson, Millie Bright e Alex Greenwood; Keira Walsh, Lauren James e Ella Toone; Georgia Stanway, Chloe Kelly e Alessia Russo.

"O Brasil tem um time jovem, mas muito bom. Elas têm potência, são muito técnicas, estamos empolgadas para jogar contra as brasileiras," disse a técnica da Inglaterra, a holandesa Sarina Wiegman, atual vencedora do prêmio Fifa The Best de melhor treinadora de futebol feminino do mundo.

Foi justamente uma partida contra a seleção brasileira que ajudou a mudar a percepção dos britânicos sobre o futebol feminino, depois que a Grã-Bretanha venceu o Brasil diante de mais de 70 mil espectadores na fase de grupos dos Jogos Olímpicos de Londres de 2012. 

Nos anos seguintes, a modalidade cresceu e os investimentos aumentaram. Hoje, a primeira divisão do campeonato inglês, a Women?s Super League, é considerada uma das mais fortes do mundo.

Os Jogos de 2012 estão entre as várias lembranças especiais que Wembley traz para Sundhage: no estádio de Londres, a sueca conquistou o segundo ouro olímpico seguido como treinadora dos Estados Unidos, e no mesmo ano foi eleita melhor técnica do mundo no feminino pela Fifa.

A data da Finalíssima marca os quase 100 anos da primeira partida oficial em Wembley (o antigo estádio foi fechado para reformas no ano 2000 e reabriu em 2007 com capacidade para 90 mil espectadores): um Bolton Wanderers x West Ham na final da Copa da Inglaterra no dia 28 de abril de 1923.

Nesta quinta-feira, um dos maiores palcos do futebol mundial será delas, com casa cheia.

MARINA IZIDRO
LONDRES, INGLATERA (FOLHAPRESS)

 

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