Com o período chuvoso, existe um aumento das doenças respiratórias como a gripe. A médica otorrinolaringologista Nara Nunes tirou algumas dúvidas sobre como se prevenir e tratar a doença.

Segundo Nara Nunes, além da gripe que é causada pelo vírus influenza, existem vários outros vírus que provocam resfriados com sintomas leves ou graves. Ela explicou que com o fim do uso das máscaras tem se percebido um aumento de casos de doenças respiratórias e uma intensificação nos sintomas, principalmente porque muitas pessoas ficaram mais de dois anos sem ficarem doentes.

"Quando a gente fala de gripe, a gente está limitando a um tipo de doença e a gente acaba generalizando a gripe e resfriado, mas são diferentes. Realmente, os sintomas estão ficando diferentes. Nos últimos anos por causa da pandemia as pessoas não pegaram a gripe, ou porque as pessoas estavam em casa ou usando máscara quando saia. Agora tudo voltou ao normal. Então como ficamos alguns anos sem, vamos ter alguns sintomas mais intensos", destacou.

Ela explicou que o vírus da Influenza causa sintomas mais fortes como febre e dor no corpo, por isso atualmente ela está no calendário do Ministério da Saúde entre as doenças que precisam de vacinação.

Foto: Breno Moreno/Cidadeverde.com

"Geralmente os quadros respiratórios que são causados pelo vírus da Influenza, que é o da gripe, tem esses sintomas mais intensos como dor no corpo, indisposição, dor de cabeça, além dos sintomas respiratórios. Os resfriados mais comuns, que são vários vírus respiratórios, tem sintomas mais leves, então por isso há um pouco essa diferença. Quando é causada pelo Influenza tem sintomas mais fortes, por isso tem a vacinação", explicou.

A médica informou que não existe um tratamento específico e que a principal forma de tratamento é a hidratação, alimentação saudável e repouso. "A medida que os sintomas vão aparecendo, vamos usando algumas medicações para diminuir os sintomas. No caso da Influenza, ela é confirmada por exame, tem alguns antivirais que a gente pode usar, mas isso só se fizer exame e confirmar que é causado pela influenza. A hidratação é fundamental", pontuou.

Confira algumas dúvidas tiradas pela médica

Durante a entrevista, a médica tirou algumas dúvidas que foram encaminhadas pelo telespectadores ao Jornal do Piauí.

Pode tomar vacina contra a gripe estando gripado?

"Não tem contra indicação absoluta. O que o Ministério recomenda é que quem está com indisposição e febril, evite tomar, porque a vacina às vezes dá uma reação. Se você já tomar tendo febre, se depois tiver uma febre pós vacina, não vai saber se é por conta da doença ou da vacina, então, a gente orienta melhorar um pouco para vacinar. Agora uma tosse ou coisa mais leve, não tem problema, pode se vacinar. Com febre a gente orienta esperar um pouco, umas 48 horas depois de não ter mais febre", destacou.

Criança vai pegar gripe se tomar banho de chuva?

"A chuva em si, teoricamente não é para causar uma gripe, mas com o período mais frio do primeiro semestre é quando se desenvolve mais as doenças respiratórias. Não é pela água que pegou na chuva,  mas porque os vírus estão circulando. Por causa da chuva em si, não é para pegar", declarou.

Tem exame da influenza disponível na rede pública?

"Na verdade em larga escala não, porque em termo de saúde não tem essa necessidade grande, mas se o paciente estiver internado em estado grave e for uma suspeita, o médico pode solicitar e o SUS vai realizar. Se a pessoa está bem, a gente não costuma solicitar ou pedir", explicou.

É recomendado voltar usar máscara o tempo todo?

"Se está com algum sintoma gripal e respiratório, então use máscara para se proteger e protege o outro. Se tem alguém que apresentou algum problema respiratório, coloque a máscara para não difundir a doença, então eu oriento o uso da máscara", afirmou.

Bárbara Rodrigues e Tiago Melo
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