Um dos palestrantes da semana científica da 8ª Turma do Curso de Formação de Oficiais (CFO) da Polícia Militar do Piauí (PM-PI) nesta quarta-feira (3), o coronel Fábio Cajueiro, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, afirma que “compensa” ser criminoso no Brasil.
Com base em estudos, o militar citou a dificuldade para a identificação dos autores dos crimes e punições brandas como fatores de estímulo. Segundo ele, as chances de um suspeito de homicídio cometido no Rio de Janeiro não ser identificado é de 92%.
“Caso ocorra o crime, eu vou ser capturado? Vou ser pego? Caso eu seja pego, eu vou ser duramente punido? No Brasil as duas questões são não [...] O crime aqui no Brasil, na atual conjuntura, compensa. Não existe negócio nenhum que a pessoa abra no Brasil que tenha 92% de chance de dar certo”, declarou o coronel.
Neste sentido, Cajueiro reforçou a necessidade de mudanças na atual legislação penal do país, aliada a uma política educacional capaz de afastar as crianças do mundo da criminalidade. Para ele, esses são dois vieses que, aliados, podem resolver este problema.
"Um é realmente as leis serem endurecidas, deixarem de ser obsoletas e a percepção realmente conseguir ser identificada. A outra é educação [...] De um lado punir duramente aqueles que já escolheram o caminho do crime e do outro educar exatamente as crianças, incluindo valores morais na sua cultura, para que se evite que se torne criminoso”, pontuou o militar.
Sobre o conteúdo que irá apresentar aos futuros aspirantes da PM-PI, o coronel destacou que o intuito é mostrar como se instalaram e se desenvolveram as organizações criminosas no estado fluminense para evitar que o mesmo ocorra no Piauí.
"Estamos aqui a convite da PM-PI, vamos mostrar nossa realidade, o que acontece e o que aconteceu para chegasse a esse ponto, mostrando nossas propostas e projetos, o que deu certo e o que é mais fácil de fazer e dificil, para evitar que o Piauí chegue ao nível do Rio de Janeiro", concluiu Cajueiro.
Breno Moreno
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