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Obesidade infantil: doença afeta diretamente o desenvolvimento das crianças; como diagnosticar

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Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 340 mil crianças de cinco a dez anos foram diagnosticadas com obesidade. Em entrevista ao Notícia da Manhã, a endocrinopediatra Anenísia Coelho explica como os pais podem diagnosticar a doença e os riscos que ela traz para o desenvolvimento dos pequenos. 

“O diagnóstico da obesidade é uma relação do peso da criança ou do adulto, em relação a sua altura, então a gente faz a comparação em relação à média do que seria esperado para aquela idade da criança e pro sexo da criança. Isso é muito importante porque normalmente é feito pelo pediatra. O pediatra quando avalia uma criança ele tem a preocupação de olhar os gráficos porque a criança, diferente do adulto que você tem um número fixo, o da criança não porque ela está em fase de crescimento, então em geral é o pediatra que faz esse alerta”, explica a médica. 

Segundo endocrinopediatra as complicações da obesidade infantil costumam aparecer a longo prazo e a principal preocupação é o acúmulo da gordura nos órgãos das crianças.  

“A grande preocupação da obesidade infantil principalmente é que o predomínio da gordura visceral, que é essa região do abdômen, é por dentro das nossas vísceras, é onde está também o fígado, é onde internamente está o coração, então o acúmulo que você por fora você não ver que já está lá por dentro, então as complicações são muitos sérias a longo prazo e essa complicação em uma criança que já começa obesa desde pequena pode ser na adolescência ou na vida de adulto jovem”, disse. 

Ainda de acordo com Anenísia Coelho, com a obesidade infantil, as crianças podem desenvolver doenças sérias, consideradas de adultos e idosos como pressão alta e diabetes, gerando riscos ao longo do seu desenvolvimento. 

“A obesidade ela é uma doença por si só porque ela leva a doenças crônicas. Uma criança pode ainda cedo durante a infância ou adolescência desenvolver doenças que antes eram de adultos e até idosos como o diabetes tipo 2, resistência insulínica, problemas cardíacos, pressão alta, problemas ortopédicos, entre outros problemas que a obesidade gera. Essas recuperações talvez não se manifestam hoje, as vezes os exames estão normais, mas você já tem o fator complicador e invisível”, ressaltou a endocrinopediatra. 

A médica reforça ainda que a maioria dos adolescentes com obesidade, se tornam adultos obesos. 

“Hoje a gente tem no Brasil uma média de 12% das nossas crianças abaixo de cinco anos já tem obesidade e quando colocamos crianças acima de cinco anos, já está em torno de 18% até 25% em alguns estados como São Paulo. A gente sabe hoje que quando uma criança é obesa, principalmente quando ela tem um pai ou os dois obesos, ela pode se tornar um adulto obeso em 50% do casos. O mais agravante ainda é quando não cuidam e tem a resposta de quando crescer na puberdade emagrece, o que é um grande mito. Então, 8 em cada 10 adolescentes que são obesos hoje, continuarão obesos na vida adulta, então por isso que a gente tem cuidar desde início”, finalizou Anenísia Coelho.

 

 

Da Redação 
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