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Caso Marielle Franco: delação premiada fez ex-bombeiro Maxwell Corrêa ser preso

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Foto: Arquivo/Guilherme Cunha/Alerj

Atualizada às 12h30

A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira, 24, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, no bojo da primeira etapa ostensiva da investigação da corporação sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. O investigado foi capturado em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, por agentes da Operação Élpis.

A prisão se dá após a investigação ser abastecida com a delação de um dos réus pelos homicídios, o ex-PM Élcio Queiroz. Segundo o ministro da Justiça Flávio Dino, o ex-policial confirmou sua participação no assassinato, assim como a de Ronnie Lessa (outro PM já réu no caso) e revelou a participação de Maxwell no crime

De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Maxell teria participado de ações de vigilância e acompanhamento de Marielle, dando ‘apoio logístico de integração’ com os demais investigados. O chefe da corporação diz que o ex-bombeiro teve ‘papel importante’ no caso, tanto ‘antes como depois’. O preso nesta manhã teria ajudado na ocultação de provas - o carro usado no crime foi ‘picado’.

Maxwell já havia sido preso por suposto envolvimento com a morte de Marielle e Anderson. Em 2020, foi detido sob acusação de tentar obstruir as apurações. No ano seguinte, condenado em razão das mesmas imputações. O ex-bombeiro teria ajudado a ocultar as armas de um dos acusados dos assassinatos da vereadora e do motorista.

Agentes ainda vasculham sete endereços no Rio de Janeiro e na região metropolitana da capital fluminense.

A ação se dá no âmbito de inquérito aberto em fevereiro, após requisição do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A investigação conduzida pela PF se dá em parceria com as autoridades fluminenses.

À época em que o inquérito foi aberto, a PF informou que investigaria "todas as circunstâncias" do crime. A portaria de instauração da investigação destacou que é atribuição da corporação "apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme".

O assassinato de Marielle e Gomes ocorreu em 2018, quando o carro em que ambos estavam foi alvejado por tiros na região central do Rio, após deixarem um evento do PSOL. Uma assessora sobreviveu ao atentado. Dois ex-policiais estão presos - Ronnie Lessa, PM reformado apontado como executor; e Élcio Queiroz, que seria o motorista do carro que perseguiu o veículo de Marielle e Anderson Gomes.

A reportagem busca contato com o ex-bombeiro preso. O espaço está aberto para manifestações.

 

Atualizada às 10h30

O ministro da Justiça, Flávio Dino, confirmou nesta 2ª feira (24.jul) que o bombeiro Maxwell Corrêa planejou o assassinato de Marielle Franco. A prisão de hoje é um desdobramento de uma delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, já homologada, que também confirma a participação dele e de Ronnie Lessa na execução do crime.

A delação de Élcio revelou que Maxwell vigiou e acompanhou a rotina de Marielle, além de ter acobertado o crime posteriormente. Segundo Dino, a operação de hoje encerra uma etapa.

"É uma mudança de patamar da investigação. Há elementos para um novo patamar, qual seja a identificação dos mandantes do crime", afirmou Dino. 

O ministro confirmou que Élcio permanecerá preso, mesmo após a delação, que a maior parte da delação permanecerá em sigilo porque o crime envolve pessoas com notória periculosidade.

Segundo o ministro, "sem dúvida há participação de outras pessoas" no crime e também uma vinculação "indiscutível" desses homicídios com atuação das milícias e do crime organizado. 

Dino afirmou que a vereadora é um "símbolo" e que a operação é uma resposta à família de Marielle. "Não existe crime insolúvel. Todas as pessoas que forem reveladas, com provas, serão entregues para julgamento", afirmou.

Matéria original

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram, nesta segunda-feira (24) a Operação Élpis, primeira fase da investigação que apura os homicídios da Vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.

O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, foi preso. Ele cumpria pena em regime aberto, após ser condenado em 2021 por atrapalhar as investigações do caso

Segundo Ministério Público do Rio de Janeiro, Maxwell era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam na casa de Ronnie Lessa - acusado de ser um dos autores dos disparos que mataram a vereadora e o motorista dela.

Pelas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, falou sobre a operação.
Além da prisão do ex-bombeiro, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, na cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana, informou a Polícia Federal.

 

 

Fonte: SBT News/Estadão Conteúdo

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