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Amigos e colegas lamentam morte de Sinead O’Connor

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A cantora irlandesa Sinead O’Connor, conhecida por sua versão da canção Nothing Compares 2 U, de Prince, morreu aos 56 anos. A informação foi confirmada pela família da artista, mas a causa da morte não foi divulgada.

"É com muita tristeza que comunicamos o falecimento de nossa amada Sinéad. Sua família e amigos estão devastados e pediram privacidade neste momento tão difícil", diz o comunicado divulgado pela BBC News.

Amigos, colegas e admiradores usaram as redes sociais para lamentar a morte da cantora. As homenagens destacam a carreira de Sinéad e sua luta pública contra a depressão.

Veja os tributos:

Leo Varadkar, primeiro ministro da Irlanda: "Lamento muito saber da morte de Sinéad O’Connor. Sua música era amada em todo o mundo e seu talento era inigualável e incomparável. Condolências à família, aos amigos e a todos que amavam sua música".

Conor McGregor, lutador de MMA irlandês: "O mundo perdeu um artista com voz de anjo. A Irlanda perdeu uma voz icônica e uma das nossas melhores, de longe. E eu perdi uma amiga. A música de Sinead viverá e continuará a inspirar. Descanse em paz, Sinead, você está em casa com seu filho, tenho certeza".

Jamie Lee Curtis, atriz americana: "Uma vez, ouvi Sinead cantar acappella em uma capela vazia na Irlanda. Estava em construção na casa particular de nosso anfitrião. Foi uma das coisas mais lindas que já ouvi na vida. Então fomos juntos ver Eminem em um festival. Eu a amava. A música dela. A vida dela. Ela foi vítima de abuso infantil e uma grande agente de mudança para leis draconianas injustas que ela ajudou a mudar na Irlanda. Ela era uma guerreira. Ela era uma rebelde. Ela rasgou uma fotografia que estava na parede de sua mãe por causa da hipocrisia da vida abusiva em que foi criada sob a bandeira da Igreja. Isso é tao triste. Assista ao documentário Nothing Compares. Brilhante. Comovente".

Tim Burgess, vocalista da banda The Charlatans: "Sinead era a verdadeira personificação de um espírito punk. Ela não se rendeu e isso tornou sua vida mais difícil. Espero que ela tenha encontrado a paz".

Grace Petrie, cantora folk inglesa: "Notícias desesperadamente tristes sobre Sinead O’Connor. Uma musicista incrível e uma voz incrível pela justiça que merecia muito mais do que as muitas maneiras pelas quais a música e a mídia a trataram. Não tenho certeza se já vi uma artista assumir um risco ou uma posição comparável à que assumiu em 1992 na maior plataforma que já teve Totalmente intransigente. Descanse no poder"

Dara Ó Briain, comediante irlandês: "Ah m... Sinead O’Connor morreu. Essa é uma notícia muito triste. Pobre coisa. Espero que ela tenha percebido quanto amor havia por ela".

Paul Feig, diretor americano: "Isso é incrivelmente triste. O que mais pode ser dito? Ela era um talento incrível. Sua música viverá. Descanse em paz, Sinead."

Ice-T, rapper americano: "Respeito a Sinead. Ela representava algo. Ao contrário da maioria das pessoas. Descanse bem".

Erix Alper, correspondente musical e radialista: "Trabalhei com Sinead O’Connor em vários álbuns, mas a adorei desde o início. Sempre digo isso quando alguém morre, mas quero dizer mais do que nunca: que ela descanse em paz. Ela merece, quis, lutou por isso e nunca conseguiu. Eu sentirei muita falta dela"

Marian Keyes, escritora irlandesa: "Ah senhor, isso é de partir o coração. Como ela sofreu. Pobre, pobre Sinead. Descanse em paz, sua maravilha incrível, corajosa, linda e única".

 

Foto: Repropdução/YouTube

Morreu nesta quarta-feira, 26, aos 56 anos, a cantora irlandesa Sinead O’Connor. A artista, que nunca teve medo de se posicionar sobre suas crenças, protagonizou um momento marcante na história da televisão e da música - pouco mais de 30 anos atrás.

Em 1992, O’Connor se apresentou no programa Saturday Night Live, cantando a faixa War, de Bob Marley. A performance da canção, que critica preconceitos e desigualdades sociais, teve um final controverso: Sinead rasgou uma foto do Papa João Paulo II, de frente para a câmera.

"Lutem contra o verdadeiro inimigo", declarou a cantora da Irlanda, país profundamente católico.

Nesse período, a cantora, que já tinha relatado professar a fé católica, disse ter rasgado a foto do Papa em protesto contra as denúncias de abuso sexuais a clérigos da Igreja Católica. Com bispos e membros do alto escalão do Vaticano sendo denunciados, a instituição passava por uma séria crise.

A apresentação, veiculada ao vivo na TV dos EUA, foi um choque para a equipe do programa. Por isso, segundo Sinead, a tradicional placa de "aplausos" não foi acesa pelo diretor e a plateia ficou em absoluto silêncio após a performance.

A repercussão desse caso teve imenso impacto na carreira de O’Connor. A artista foi alvo de boicotes, ameaças de morte e teve diversos shows cancelados. Em um dos protestos, um rolo compressor passou por vários discos de Sinead, na frente do escritório da sua gravadora, em Nova York.

Essa não foi a única vez em que a artista se envolveu com uma crise na Igreja Católica. Em 1999, ela foi nomeada sacerdotisa da Igreja Independente Católica, na França. A cantora foi excomungada e sua ordenação revogada, já que a Igreja Católica não permite que mulheres seja sacerdotisas.

Com as polêmicas, Sinead O’Connor nunca mais conseguiu emplacar canções nas rádios americanas, mas continuou tendo sucesso em outros países. Em 2018, a cantora se converteu ao Islamismo e também revelou ter mudado de nome, passando a chamar-se Shuhada’ Davitt - mas manteve o uso de "Sinead O’Connor" como nome artístico.


Fonte: Estadão Conteúdo

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