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Ministra vem ao Piauí em agosto para inaugurar primeiro museu indígena

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Foto: Leo Otero/Ministério dos Povos Indígenas 

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, vai inaugurar no próximo dia 29 de agosto o primeiro museu indígena do Piauí, na comunidade Nazaré, município de Lagoa do São Francisco (a 208 km de Teresina). O local vai reunir artefatos e itens históricos de índios das etnias Tabajara e Tapuio, que vivem na região. 

O convite foi feito pelo diretor dos Povos Originários da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc), cacique Henrique Manoel, durante o encontro dos povos indígenas, realizado em Mato Grosso, no final de semana, com o tema Guardiões da Mãe Terra.

O museu é um marco das conquistas dos povos originários do Piauí.

O diretor conta que foi uma alegria e um aprendizado muito grande poder participar do chamado do cacique Raoni: “Quem não gostaria de estar ao lado de um homem como ele. O cacique é uma pessoa muito sábia e tem muito poder dentro do país. Então foi um momento muito importante pra gente representar o Piauí e o Nordeste como um todo”, expressa Henrique Manoel.

Ele explica que do encontro resultou num manifesto que será entregue ao presidente Lula, contendo as propostas consideradas prioritárias dos povos indígenas no Brasil. “Esperamos que responda até o dia nove de agosto, quando se comemora o Dia Nacional dos Povos Indígenas”, ressaltou o cacique.

Na oportunidade, o diretor da Sasc também participou de reunião com a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, onde foram abordados os temas da demarcação das terras indígenas no estado e ainda a importância do estabelecimento de uma Funai no Piauí: “ A gente é o único estado que não tem autoridade da Funai e ela se comprometeu também que vai trabalhar para, o mais rápido possível, implantar uma Funai no estado”, comemora.

Outro momento importante, destaca Henrique Manoel, foi o encontro com o secretário de Saúde Indígena (Sesai), Weibe Tapeba. “Fizemos um planejamento e o mesmo me disse que ainda esse ano, pretende começar os trabalhos da saúde indígena no estado e a gente conseguiu agendar com ele uma data no mês de outubro para fazer um seminário de saúde indígena, no qual ele vai estar presente”, relatou Henrique.

Demarcação de terras

Segundo o diretor da Sasc, cacique Henrique Manuel, o Piauí tem hoje uma subnotificação de pessoas declaradas indígenas: “Fiquei muito preocupado porque nós trabalhamos em cima de 4.200 indígenas e na Sasc apareceram apenas 307 famílias e somente 197 estão cadastradas no Bolsa Família. Então é preocupante, nós estamos voltando aos municípios para fazer esse trabalho junto aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), para que a gente possa colocar este povo como indígena nos municípios”, avalia.

“Como representante da Sasc, estamos organizando o nosso povo para que eles possam receber os benefícios. Nós estamos indo às comunidades, fazendo o levantamento das demandas e agora vamos nos preparar para levar políticas públicas, incluindo educação e saúde e estamos investindo muito em agricultura familiar. Recebemos uma demanda do MDS de um milhão de reais para investimento em agricultura familiar para os indígenas ”, relatou o cacique.

Em relação à demarcação de terras, o Piauí tem hoje três territórios doados pelo Estado,  em Queimada Nova e Lagoa de São Francisco e outros 12 territórios já com a qualificação feita pela Funai e pelo Interpi. “Vamos fazer de tudo para agilizar essa demarcação de terras aqui no Piauí”, finalizou o cacique.

 

 

Natanael Souza (Com informações da Sasc). 
[email protected] 

 

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