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Autismo virtual: veja como a superexposição de telas compromete desenvolvimento infantil

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A tecnologia na infância é um assunto bastante debatido e que pode trazer inúmeras possibilidades boas e ruins. Mas, especialistas em desenvolvimento infantil são unânimes aos afirmarem que o uso excessivo dos eletrônicos podem levar a ansiedade, isolamento e níveis elevados de estresse. Entre os sintomas mais comuns estão problemas com sono, dificuldades na escola e de se autorregular.

De acordo com a pediatra Iramaia Alencar, o ideal é proibir totalmente o uso de aparelhos eletrônicos para crianças menores de dois anos. "O ideal é proibir, mas sabemos que isso é impossível nesse mundo moderno que a gente vive. Sabemos também que as telas trazem muitos benefícios na escola, nas tarefas escolares (...). A Sociedade Brasileira de Pediatria já reconheceu e proibe. Há estudos comprovados. O prejuízo para crianças menores de dois anos é imenso porque é exatamente nessa fase em que a gente tem uma formação neuronal enorme. Essa criança precisa estar aprendendo com o mundo real, com o contato, com o brincar, mas se a gente usa telas nesses primeiros dois anos os prejuízos congnitivos são enormes como atrasos de linguagem, cognição, memória e aprendizado", explica.


Autismo virtual

Segundo a especialista, a exposição excessiva de telas pode também ocasionar o surgimento de uma condição semelhante ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças, o chamado "autismo virtual". Iramaia conta que os sintomas são falta de contato visual, atraso no desenvolvimento e pouca interação.

"As crianças muito expostas às telas podem apresentar o autismo virtual. Nessa condição, não há o autismo real, mas ela se comporta como se tivesse limitações de um autista. Vale lembrar que o aprendizado da criança é no contato, no brincar, no repetir. Até anos a tela é totalmente proibida; já de 2 até 5 anos a gente orienta o uso controlado de apenas uma hora; de 6 a 8 anos de idade elas podem ter até duas horas de exposição, mas sempre vigilante sobre o que está sendo assistido; acima dos 12 anos o ideal é que a exposição seja de até no máximo três horas por dia", conta a pediatra.

 

Foto: Reprodução

 


Brincar livre

O brincar livre é uma atividade lúdica onde a criança é protagonista, "livre para brincar" ou "livre para criar". Para especialistas, a melhor alternativa para os pequenos e evitar o uso de telas e os hiperestímulos. 

Para a psicóloga Vivian dos Anjos, o brincar livre tem muita importância para o desenvolvimento das crianças. Conforme a especialista, as brincadeiras contribuem para a educação global delas, tanto no ambiente familiar quanto na escola.

"Com o uso de telas as crianças recebem uma hiperestimulação, seja sonora e visual (de algo que ela não consegue tocar). Com isso, ela não consegue aflorar a sua criativiodade e não consegue dividir com outras pessoas. Esses são estímulos que são dados quando ela brinca no cotidiano, quando brinca no parquinho, quando brinca com a mãe ou quando descobre um novo briquedo", ressalta.

 

 

Jaqueliny Siqueira com informações do Notícia da Manhã
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