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Garrincha faz homenagem a Teresina nos 171 ano da cidade; assista

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"É na realidade uma cidade que me acolheu, quando eu cheguei em plena mocidade para trabalhar no Banco do Brasil, e aqui eu posso dizer que tive muita alegria, embora tenha alguma tristeza porque aqui eu perdi duas esposas e isso deixa a gente bastante triste".

Foram com esses versos que Desdeth Nunes dos Santos, o Garrincha iniciou nossa conversa sobre Teresina. É difícil qualificar Garrincha numa só profissão. Ele foi inicialmente funcionário público, treinador de futebol, cronista desportivo, jornalista, mas ainda guardas as facetas de artistas. Os versos e as rimas nascem em qualquer diálogo, dessa arte nasceram livros, tirinhas, músicas, sambas enredos e mais uma infinidade de produtos impossível resgatar nas mais de oito décadas de vida de Garrincha.

Garrincha chegou em Teresina para trabalhar no Banco do Brasil, primeiramente na Agência da Rua Álvaro Mendes e depois foi transferido para agência que funcionou no antigo prédio da câmara municipal, na esquina da rua climatizada.

A esquina da rua climatizada ainda seria a casa de Garrincha, posteriormente, em seus três mandatos de vereador pela Capital piauiense.

O trabalho no Banco e na Câmara de Vereador não foram os únicos feitos por Garrincha no centro de Teresina. A vida de atleta, treinador e locutor esportivo também ganhou contornos no Centro de Teresina.

A atuação na rádio Pioneira e Difusora também faz parte de sua vivência no Centro da Capital.

"Cheguei menino aqui e me apoiei nos grandes nomes já consolidados no rádio de Teresina. Fui bem recebido e incentivado", declara Garrincha.

Lembro com satisfação dos tempos de Prego da Chuteira no rádio. "Da Praça da Bandeira até o Lindolfo Monteiro todas as casas estavam ligados no programa de rádio 'Prego na Chuteira'. Todo apreciador de futebol tem seu radinho de pilhas, mas eles nem ligavam o radinho pois iam ouvindo nas casas, no caminho, toda a programação", relembra Garrincha.

O programa era apresentado por Garrincha antes dos jogos que acontecia no Lindolfo Monteiro.

A vida social acontecia no Centro de Teresina

Todo viajante desembarcava no Centro de Teresina.

"A gente descia do ônibus ali na Praça Saraiva, no coração da Cidade. E tinha logo o impacto do verde da Praça. Era um lugar agradável, bem cuidado. O pessoal do banco, que vinha de fora, morava em pensão de família ali mesmo no Centro", relembra.

A vida cultura girava, literalmente, em torno da Praça Pedro II.

"A diversão da moçada era também no Centro, na Praça Pedro II. Lá íamos encontrar as meninas, paquerar. Existia uma regra que dependendo do lado que a moça caminhasse na Praça era possível saber se ela aceitava o cortejo ou não", relembra Garrincha.

O fim da paquera era determinado pelo Quartel da Polícia Militar.

"Quando dava 21h tocava a sirene do quartel, que funcionava ali onde hoje é a Central de Artesanato", diz Garrincha.

Depois dessa hora as moças se recolhiam e os homens desciam para a Rua Paissandu. "Lá se concentra a diversão da juventude. No outro dia todo mundo ia trabalhar e 18h começava tudo de novo", afirma Garrincha.

As primeiras casas de Garricha foram na rua Clodoaldo Freitas, no Centro de Teresina.

"Quando sai da pensão a primeira casa que morei era na Rua Clodoaldo Freitas. A segunda casa, também, foi nessa rua".

O Centro foi também o lugar escolhido para criar os filhos.

"Vivi no Centro por muitos anos, nem lembro quantos. Lá meus filhos estudaram num colégio religioso", afirma o jornalista.

Mas as recordações não param por aí. Amante do futebol e da cultura Garrincha participou do carnaval da Capital.

"Cheguei a ser presidente da liga das escolas de samba. O desfile era na Avenida Frei Serafim, que ficou pequena para o nosso carnaval", explica.

No Centro, Garrincha também experimentou sua faceta empreendedora. Ele fundou o "Barbicha", uma brincadeira com as palavras Bar e Garrincha. "Não durou muito tempo, mas foi muito bom. Depois mudamos o bar para o bairro Morada do Sol", pontuou.

Mesmo morando aqui na zona Leste, Garrincha continuou frequentando o Centro de Teresina. "São minha raízes, é o lugar que me acolheu, é lá que aconteceram as primeiras recordações que tenho dessa cidade que me acolheu. É um lugar para onde sempre volto, nem que seja em pensamento", finalizou Garrincha.

Ao fim de nossa conversa, Garrincha escreveu em poucos minuntos um texto para homenagear Teresina. Confira o vídeo.

Adriana Magalhães
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