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Gabigol vira para-raio de Sampaoli e Flamengo tenta conter crise antes de final

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Após perder por 3 a 0 para o Athletico-PR, o Flamengo usou seu artilheiro como porta-voz contra a crise. Expulso diante do rival paranaense, o atacante Gabigol, que não é figura muito frequente em entrevistas coletivas no clube, foi escalado para dividir responsabilidades e tirar o foco unicamente de sobre o argentino Sampaoli.

A reportagem apurou que a ida do artilheiro foi fruto de consenso entre diretoria e jogador. O camisa 10 entendeu que precisava exercer seu papel como capitão, encarar os microfones e minimizar a turbulência, ainda que seja um dos protagonistas do momento ruim.

A dias da final da Copa do Brasil, o Flamengo tenta juntar os cacos para encarar no domingo o São Paulo, 16h (de Brasília), no Maracanã.

CAMISA 10 BLINDA TREINADOR

O Flamengo teve uma atuação abaixo da crítica após a parada da Data Fifa. Depois de uma vitória no clássico contra o Botafogo e dez dias de pausa, a expectativa era que a equipe engrenasse antes do confronto valendo título. No entanto, o que se viu em Cariacica foi diferente.

O técnico argentino improvisou, o time se desmanchou e a estratégia foi por água abaixo. Sem o lesionado Arrascaeta, o convocado Erick Pulgar e os suspensos Bruno Henrique e Ayrton Lucas, Sampaoli montou uma escalação que teve Thiago Maia na lateral esquerda e David Luiz como volante.

"Não tínhamos muitas alternativas. O plano tinha referência ao mesmo plano do jogo contra o Botafogo, mas com nomes diferentes", disse Sampaoli.

O clube rubro-negro foi neutralizado pelo Athletico-PR e desmoronou após a expulsão de Gabigol. O 3 a 0 no placar final foi um baque para o moral do time que praticamente aposta todas as suas últimas fichas por uma taça na temporada na decisão da Copa do Brasil.

"É difícil falar isso ou aquilo. Se eu soubesse, não faríamos de novo, seria tudo mais fácil. Falamos isso antes do jogo, são variáveis que acontecem. Talvez se tivéssemos saído vencendo por 1 a 0, teria sido diferente. O que temos de fazer é descansar para domingo. 

Claro que é muito ruim ir derrotado, mas creio que toda a equipe e a torcida se unirão com o pensamento positivo, vamos para o Maracanã com energia boa para sermos campeões", afirmou o atacante.

O ídolo ainda respaldou o técnico e convocou a torcida, que vem fazendo diversos protestos diante da fase, para empurrar o time no Maracanã: "Sampaoli tem muito a cara do Flamengo, por isso parece que dá a ele muito tempo, mas é um trabalho novo.

O que tentamos é nos entregar ao máximo, porque vontade dos jogadores não falta. E do Sampaoli também, de querer vencer. Ele sempre deixa claro que é um sonho dele estar no Flamengo."

DECEPÇÕES EM SEQUÊNCIA

O Flamengo vive mais um momento delicado na temporada. O time ainda não emplacou sob o comando de Sampaoli e convive quase que semanalmente com dúvidas sobre o trabalho realizado pela comissão técnica. Não bastasse a crise técnica, o Flamengo encarou problemas de relacionamento. 

Gerson e Varela trocaram socos em um treino, enquanto o preparador Pablo Fernández foi demitido após socar o atacante Pedro. Antes desses episódios, Marcos Braz e Gabigol quase se agrediram fisicamente após discussão no Maracanã.

O clube rubro-negro vem de cinco decepções em 2023 e lida com o pesadelo de terminar o ano sem títulos.

Os fracassos na Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Mundial de Clubes, Campeonato Carioca e a fatídica eliminação na Libertadores diante do Olimpia não foram bem digeridas pela torcida.

Também pesa o elenco estrelado do clube, que pode passar em branco apesar dos grandes investimentos feitos. Além disso, uma das principais contratações, o meio-campista Allan comprado por mais de R$ 40 milhões esquenta o banco e nunca teve sequência.

Esses fatores pesam para o clima de desconfiança que paira sobre a Gávea. Com a distância para o líder Botafogo em 12 pontos (podendo aumentar) e o Brasileiro longe no horizonte, o Flamengo agora corre contra o tempo para reverter a situação e manter viva a esperança na Copa do Brasil. Um novo revés sacudiria as estruturas rubro-negras.

ANDRÉ MARTINS E LEO BURLÁ
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

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