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França diz que caixa-preta do 447 ainda não foi detectada

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O Escritório de Investigação e Análise (BEA) da França, encarregado de investigar o acidente com o voo 447 da Air France, desmentiu a informação do site do jornal "Le Monde" de que a Marinha francesa havia detectado um "sinal muito fraco" das caixas-pretas do Airbus que caiu no Atlântico.

Segundo um comunicado do BEA, até o momento não foi possível confirmar nenhum sinal emitido pelos dispositivos. A nota diz ainda que todos os ruídos detectados são analisados para que não haja qualquer dúvida e que toda informação será divulgada assim que verificada.

Em declarações à emissora "Europa 1", Philippe Guillemet, comandante do navio francês "Pourquoi Pas", que coordena as buscas relacionadas ao acidente, também disse que é falsa a notícia de que as caixas-pretas foram localizadas.

"Foram detectados sinais acústicos, mas não há nada verificado, infelizmente", afirmou Guillemet, que acrescentou que as investigações e as buscas continuam.

O jornal "Le Monde" publicou, sem citar fontes, que o submarino "Nautile" mergulhou no dia anterior para tentar recuperar as caixas-pretas do voo 447, consideradas essenciais no esclarecimento das causas do acidente.

As buscas foram dificultadas pelo relevo da região, onde a profundidade do mar chega a cinco mil metros, escreveu a publicação.

De acordo com o jornal, as caixas-pretas "ainda têm autonomia para oito dias". Depois deste prazo, os dispositivos deixarão de emitir sinais.

O porta-voz do Exército da França, Christophe Prazuck, também negou a reportagem.

A Air France não confirmou as informações. 

'Nautile'

De acordo com o jornal, o minisubmarino articulado “Nautile”, com sonar de última geração e que pode operar com três tripulantes, já até teria mergulhado com a missão de encontrar o equipamento que pode ajudar a esclarecer as circunstâncias do acidente. A busca é dificultada pelas condições do mar na região, de profundidade média de 5 mil metros.

O Nautile é o mesmo minisubmarino que localizou os destroços do Titanic, na década de 1980. Com braços mecânicos, pode operar a seis mil metros de profundidade.

A França alugou dois rebocadores holandeses, que levam equipamentos de escuta submarina ultrassensíveis emprestados pelos Estados Unidos. Durante as buscas, navegam a cerca de 5 km/h.

Também está à procura das caixas-pretas o submarino nuclear francês “Émeraude”, dotado com escutas só que não tão avançadas.

Caixas-pretas

As caixas-pretas emitem um impulso eletrônico a cada segundo, durante 30 dias. O sinal pode ser ouvido por até 2 km de distância. Elas gravam dados do voo, como altitude e velocidade, e também as comunicações feitas no cockpit da aeronave.

Os dados são gravados em múltiplas cópias em chips, guardados em um cilindro de aço ou titânio. Para minimizar o impacto, eles são protegidos por borracha de silicone, e isolantes térmicos e contra água. Os minitransmissores de sinais das caixas-pretas ainda têm autonomia para pouco mais de uma semana.
 
Fonte: G1
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