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Frio e sem empatia, acusado alega que morte de Janaína Bezerra foi acidente

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Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

Por Graciane Araújo

"Frio! não tem a menor empatia pelo ser humano". Essa é a descrição da advogada Florence Rosa sobre o comportamento de Thiago Mayson da Silva Barbosa durante o julgamento do caso Janaína Bezerra. Além de matar a vítima durante uma calourada na Universidade Federal do Piauí (Ufpi), em janeiro deste, o então mestrando em matemática, na mesma instituição, é acusado de cometer os crimes de estupro, fraude processual e vilipêndio a cadáver [violência sexual após a morte]. 

"O comportamento dele é o mesmo de todos os atos processuais. Um comportamento frio, de alguém que não tem empatia pelo ser humano", descreve a advogada. 

Florence Rosa conta que Thiago Mayson negou o crime e disse que a morte de Janaína foi um acidente. Contudo, uma simulação 3D apresentada pela acusação, entre outras provas, refutam a versão do réu. 

"Trouxemos uma reprodução simulada em 3D que reproduz a versão dele e refuta, usando o próprio laudo da perícia, de forma veemente, a forma como ele tentou distorcer e desvirtuar, dando a entender que havia ocorrido um acidente. Se fosse acidente, ele não teria demorado mais de 3 horas para sair com ela daquela sala. Ele teria ido em busca de socorro e isso jamais aconteceu", explica a advogada. 

Foto: reprodução redes sociais


5 TESTEMUNHAS

Em preservação à memória de Janaína [uma vez que se trata de crime sexual], a família e a imprensa não tiveram acesso ao julgamento que iniciou nesta sexta-feira (29), após dois adiamentos. Vídeos e provas coletadas durante a investigação devem se apresentadas ao conselho se sentença- formado por quatro homens e três mulheres- durante o júri.

Do lado de fora, familiares da vítima aguardam a conclusão do júri. Em mais um desabafo, a mãe da estudante de jornalismo diz que "a filha precisa descansar". 

Foto: reprodução redes sociais

Até o fim da manhã, foram ouvidas duas testemunhas: um segurança e um policial. 

"São duas testemunhas de extrema importância. O segurança foi quem teve o primeiro contato do Thiago quando ele saía da sala de mestrado e carregava Janaína no colo. A outra testemunha, apesar de não estar lá no momento em que isso ocorreu, é o policial que posteriormente compareceu ao hospital, após ser acionado pelo próprio hospital, e teve contato com o corpo da Janaína e com Thiago. Ele conversou com o Thiago, ouviu a versão dele", explica a advogada, sem maiores detalhes, porque o caso está em segredo de Justiça.

O depoimento das testemunhas aponta ainda que, em primeiro momento, logo após o crime, o estudante de mestrado negou até mesmo que conhecia Janaína. 

"Dando a entender que havia a encontrado ali no chão. Ele negou que tivesse tido contato com ela. Então, sim, ele tentou desvirtuar totalmente os fatos", pontua a advogada.

Além dos dois agentes de segurança, um coordenador do mestrado, uma amiga da Janaína e uma pessoa, que presenciou o acusado carregando Janaína no colo após os crimes, serão ouvidos. 
 "O coordenador do mestrado teve contato com o Thiago, antes mesmo que o segurança aparecesse, a amiga que estava com Janaína no momento anterior aos fatos", complementa Florence. 

As testemunhas de acusação foram as mesmas arroladas pela defesa. 


CONDENAÇÃO DE 70 ANOS

Florence Rosa defende uma condenação de 70 anos. Thiago Mayson tem como advogado de defesa, Ércio Quaresma Firpe, que atuou na defesa do ex-goleiro Bruno, condenado pela morte de Eliza Samúdio. 

"Considerando a barbaridade dos crimes e as robustas provas, esperamos que ele pegue, no mínimo, 70 anos de condenação. É importante fazer uma ressalva que nem sempre Justiça significa condenação, só que nesse caso específico, justamente com fundamento nas provas que estão no processo, a Justiça não tem outro sinônimo que não seja a condenação do acusado", defende Rosa. 

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