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Estudo climático prevê aumento de ondas de calor com chuvas curtas e intensas em Teresina

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Fotos: Yala Sena 

Por Yala Sena

Dias extremamente quentes, ondas de calor e o período chuvoso curto, intenso, mas com alagamentos e inundações. É o que prevê o levantamento climático para Teresina apresentado nesta quarta-feira (18), dentro do plano de ação com base no inventário de emissão de gases de efeito estufa para a cidade. 

Segundo o diagnóstico – que foi apresentado no Palácio da Cidade – 40% das emissões poluentes em Teresina vêm dos transportes individuais, coletivos e aéreos. O inventário de emissão de gases é referente aos anos de 2018, 2019 e 2020. 

O arquiteto e urbanista Leonardo Werneck, diretor da I Care Brasil, fez a apresentação do diagnóstico e o plano de ação climática.  Ele informou que uma média de 2,9 toneladas de C02 (dióxido de carbono) por habitante foram emitidos em Teresina no ano 2020.  Em 2019, em Porto Alegre, a emissão de gases foi de 1,6 toneladas por habitante.

“A emissão de gases depende do estilo de vida de cada um, se a pessoa anda a pé, se come carne e etc”, explicou Leonardo Werneck. 

Segundo o urbanista, o estudo apontou ainda os impactos negativos para Teresina como riscos de alagamentos, inundações, ondas de calor, queimadas, surgimentos de arboviroses (dengue, zika, chikungunya e outros) e deslizamentos.

“De 1991 a 2021, a temperatura variou quase que 1% com aumento de probabilidade de seca, diminuição de chuvas e ondas de calor de 2022 a 2070”, disse Leonardo Werneck, que é mestre em Gestão de Projetos em Planejamento Integrado Urbano Ambiental e de Transportes. 

Confira soluções apontadas no plano:

Aprimorar a gestão de resíduos sólidos;
Promover o uso de bicicletas e mobilidade ativa;
Aumentar e proteger os espaços verdes na cidade;
Fortalecer a atuação da Defesa Civil;
Estabelecer uma governança climática e ambiental  e uma política de enfrentamento à mudança do clima;
Fomentar o uso de dados abertos governamentais;
Fomentar o desenvolvimento de negócios e empregos verdes;
Estabelecer um padrão para compras públicas sustentáveis; 
Promover a capacitar multiplicadores de educação ambiental e sanitária;
Elaboração de novos estudos e inclusão de variável “clima” no processo de decisão;

O secretário Municipal de Planejamento, João Henrique, destacou como um marco para Teresina e garantiu que a gestão do clima terá “prioridade absoluta” em sua pasta. Ele informou que o escritório da ONU em Brasília informou que Teresina será uma as 15 cidades que serão estudadas sobre a questão climática. 

Teresina é a 10ª capital brasileira a lançar o documento, principal norteador das políticas públicas locais para adaptação e mitigação dos efeitos da emergência climática.

O lançamento do Plano de Ação Climática de Teresina é apoiado pelo programa UrbanShift (www.shiftcities.org). O gerente sênior de ação climática da C40 para o UrbanShift, Matheus Ortega, esteve presente no evento.

Para conhecer mais o plano acesse aqui

O coordenador da Agenda Teresina 2030, Leonardo Madeira, destacou a importância do documento para a cidade.

“O plano traz um inventário de gás de efeito estufa, um amplo estudo de vulnerabilidade, onde mostra quais são as zonas da cidade que precisam de maior atenção e traz um amplo e complexo arranjo de ações, com metas e indicadores do que devemos fazer. O plano envolve não somente ações públicas, mas também apresenta para a sociedade civil o que ela pode fazer. Então a responsabilidade não é somente da gestão pública, a responsabilidade é de toda a sociedade. Nós precisamos do morador no plantio de árvore, na não impermeabilização do seu quintal, na gestão adequada de seu resíduo. Então, essas pequenas ações no dia a dia permitirão que a cidade consiga se adaptar melhor a esse contexto de urgência climática”, disse Leonardo Madeira.

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