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Lula diz que Brasil não tem ídolos no futebol e critica jogadores que curtem farra e noitada

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Foto: Reprodução/ Twitter

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o futebol brasileiro nesta terça-feira (31), afirmando que o país não possui ídolos, jogadores preferem farras e noitadas e que a última seleção que apresentou bom nível foi a da Copa de 2006.

As declarações aconteceram durante transmissão ao vivo na internet, o Conversa com o Presidente.

Lula respondia perguntas sobre seus gostos culturais, quando acrescentou que gosta bastante de futebol, acompanhando jogos no Brasil e no exterior. Então começou a elogiar o argentino Lionel Messi, que, no dia anterior, havia conquistado pela oitava vez a bola de ouro de melhor jogador do mundo.

"Não é possível que o Messi não sirva de exemplo para outros jogadores brasileiros. Um cara de 36 anos de idade, foi campeão do mundo, ganhou ano passado e ganhou esse ano de novo jogando nos Estados Unidos a bola de ouro. O Messi deveria ser inspiração para essa molecada que aparece na televisão, que a gente acha que vai ser craque e daqui a pouco desaparece", afirmou o presidente.

Lula então citou que muitos jovens deixam de seguir uma carreira mais consistente, talvez por "vaidade" ou por não terem uma "estrutura psicológica". Também apontou o problema da venda prematura de muitos jogadores para o exterior.

Então, acrescentou que o país não tem mais ídolos no futebol, ignorando assim nomes como Neymar. O jogador fez campanha para Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições presidenciais.

"Daqui a pouco desaparece porque talvez a vaidade, não tem estrutura psicológica para crescer. Aparece a meninada pintada de ouro e daqui a pouco desaparece. Aí aparece um menino de 17 anos e daqui a pouco ele está vendido. A gente não consegue mais criar. Há quantos anos que o Brasil não tem um ídolo de verdade?", questiona.

O presidente então acrescentou que a seleção de 2006 foi o último time brasileiro a apresentar um bom futebol. Aquele time tinha o chamado "quadrado mágico", com Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Adriano.

"Eu fico pensando na seleção de 70, da seleção de 2002. A última seleção foi a de 2006, a última grande seleção que nós perdemos por um acidente, uma coisa que a gente não deveria perder porque a seleção era muito boa. Já vai fazer 22 anos que a gente não ganha nada, cara. E do jeito que a gente está, do jeito que a gente vê jogar as outras seleções e a brasileira, se a gente não tomar consciência de que precisamos melhorar [...] a gente vai passar mais tempo sem ganhar um título", afirmou.

O presidente então passou a criticar profissionais que levam uma vida desregrada, sem citar nomes. As críticas vieram ao lembrar nomes da geração próxima a de Neymar, como Cristiano Ronaldo e Messi.

A fala aconteceu após citar que o Brasil vende jogadores muito jovens, mas depois os times compra "o cara aposentado". Ele também aproveitou para criticar o Corinthians, seu time do coração.

"Se bem que hoje o preparo físico permite que as pessoas vivam e joguem bola um pouco mais. Eu fico um absurdo [sic] vendo o Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita em 43 jogos marcar 40 gols, mais do que todo o time do Corinthians em dois campeonatos", afirmou.

"Quem quiser ganhar a bola de ouro tem que ser profissional, tem que se dedicar. Quem quiser ser profissional não combina com farra, não combina com noitada. Quem quiser ser profissional combina com se dedicar, significa ser ídolo, se dedicar, ser exemplo. Se você não é exemplo, você não serve para muita coisa", completou.

O Brasil vive um mau momento nas eliminatórias para a Copa de 2026. Após o empate com a Venezuela, na Arena Pantanal, Neymar foi atingido por um saco de pipocas. Depois, o time foi derrotado para o Uruguai, fora de casa.

Fonte: Renato Machado (Folhapress)

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