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DHPP indicia PMs por tentativa de homicídio qualificado em caso de irmã de cantora baleada

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Por Rebeca Lima e Tiago Melo (TV Cidade Verde) 

O delegado Bruno Ursulino, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), concluiu o inquérito da abordagem policial que terminou com o pai e a irmã da cantora Aline Conrado, Geovanna Gabriele de Sousa, feridos em Teresina e indiciou os três PMs que participaram da ação por tentativa de homicídio qualificado com dolo eventual.

“Os três policiais investigados neste caso foram indiciados pela tentativa do crime de homicídio qualificado, onde agiram com dolo eventual. Isso ficou claro para nós a partir de relatos oficiais feitos a partir do registro do boletim de ocorrência pela equipe que atuou nesse caso, que fez a abordagem no local, depois que a vítima foi atendida no hospital, em que é narrado todo o passo a passo. Depois, nossa equipe fez um trabalho de campo com imagens, ouvindo pessoas e delimitando todo o cenário do crime desde o local de onde tudo começou, desde o início do acompanhamento na cidade de Timon, por todas as avenidas percorridas pela cidade de Teresina”, explicou o delegado.

Bruno Ursulino destacou que o dolo eventual, que ocorre quando alguém assume o risco de produzir um resultado proibido pela lei penal, foi considerado quando a perícia encontrou marcas de tiro desde o pneu até o teto do carro da família e pelo tipo de arma utilizada na abordagem, um fuzil.

“O policial militar que, no relato oficial, diz que efetuou os disparos, ele relata que tentou acertar os pneus. Só que, ao utilizar um fuzil 5.56, ao atirar na direção de um veículo, considerando a potência dessa arma, que tem a clara capacidade de atravessar a lataria de um carro, então esses disparos, o perito conseguiu enumerar pelo menos oito que atingiram a lataria desse carro e, dada a distribuição de disparos, entre os pneus e o teto, fica claro que não houve uma posição ideal de disparo, mas ainda assim os tiros foram efetuados, caracterizando o dolo eventual ao realizá-los”, destacou.

Foto: Tiago Melo/TV Cidade Verde 

Delegado Bruno Ursulino 

O inquérito esclareceu ainda que os três policiais militares estavam de serviço no dia do fato e que, embora apenas um tenha assumido a autoria dos disparos, os outros dois militares foram indicados como coautores.

“Eles estavam juntos no acompanhamento tático. Logicamente, no momento em que tudo aconteceu, a abordagem foi realizada pelos três, então o relato foi feito pelos três. Estamos agora aguardando a perícia, e o inquérito foi encaminhado antes das armas chegarem aqui para perícia efetiva. No entanto, pelo relato feito pelos policiais no local, um deles assume a posição de atirar. É viável, pelo tipo de arma e pela quantidade de disparos, que seja compatível com a carga que aquelas armas detêm para efetuar os disparos, e os outros atuam como coautores, pois estavam lá no apoio logístico: um dirigia o carro, e o outro auxiliava durante a abordagem, que já vinha desde a cidade de Timon”, ressaltou.

Além disso, a investigação ouviu mais de dez pessoas entre a família e as guarnições que estiveram presentes no local, e comparou esses depoimentos com as imagens coletadas da região, apontando inclusive algumas inconsistências relatadas nos depoimentos dos militares sobre a condutora do veículo da família, em relação ao que foi registrado nas câmeras.

Foto: Tiago Melo/ TV Cidade Verde

Após a conclusão do DHPP, o inquérito segue para o procedimento na fase judicial com o encaminhamento para o Tribunal de Justiça do Piauí.

Entenda o caso

Geovanna Gabriele foi baleada quando voltava de uma apresentação de Aline Conrado. Ela estava em um carro com a mãe, uma outra imã e o pai, que também foi atingido com um tiro de raspão na cabeça. 

Segundo as investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a família foi abordada por um grupo de policiais militares do Maranhão que buscavam pelos suspeitos da morte do sargento Carvalho Júnior

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Sargento Carvalho Júnior 

Os três envolvidos foram afastados das ruas, e estão cumprindo apenas expediente administrativo na Polícia Militar do Maranhão.

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