Por Yala Sena

A auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) constatou que no domingo só circula 34 ônibus, mostrando uma série de deficiências no sistema. 

Durante audiência pública, o TCE apontou uma frota de ônibus ideal para o funcionamento do transporte público de Teresina. Pelo relatório apresentado nesta quarta-feira (8), a ordem de serviço precisaria ser de 324 ônibus para atender a demanda de R$ 2,2 milhões de passageiros que existem hoje por mês. Pelo levantamento, o TCE apontou que hoje o custo operacional do transporte coletivo de Teresina é de R$ 14,19 milhões por mês. O Tribunal também encontrou um custo de passagem de R$ 10, levando em conta a operação, o que considerou inviável para a capital. O superintendente da Strans, Bruno Pessoa, descartou reajuste de tarifa de ônibus.

Os dados foram apresentados durante a audiência pública que contou com a presença do presidente do TCE, Kennedy Barros, o superintendente da Strans, Bruno Pessoa, de representantes dos quatro consórcios, além dos vereadores Edilberto Borges, o Dudu, e Edson Melo, do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), Antônio Cardoso, e de Vinícius Rufino representando o Setut.

A auditoria foi apresentada por Bruno Cavalcanti, que é diretor de Fiscalização, Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do TCE. A audiência foi mediada pelo conselheiro substituto Delano Câmara.

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O auditor apontou que hoje o custo operacional é de R$ 14,2 milhões por mês, sendo que o sistema arrecada somente R$ 9 milhões. Chegando em um déficit de R$ 5 milhões.

O levantamento também constatou que o sistema é deficitário, pois não atende a necessidade da população, com ônibus superlotados, além de uma redução de frota de 13% no domingo e que a partir das 18h, em dias úteis, algumas rotas não tem nenhuma linha de ônibus. 

“A população tem menos ônibus circulando e reclama. Há uma percepção negativa, e é preciso negociar com as instâncias, para melhorar os intervalos médios de tempo”, disse o auditor Bruno Cavalcanti durante a apresentação.

O conselheiro Delano Câmara disse que a auditoria é um complemento do relatório para ajudar no diálogo com as instituições. Segundo ele, é uma auditoria extremamente complexa, mas que ajudará a encontrar uma solução para a crise que vive o sistema. A auditoria analisou o sistema de transporte no mês de junho de 2023 e constatou que a frota em dias úteis é de 258 veículos, sendo que no sábado reduz 50% (128 ônibus), e no domingo apenas 34 ônibus circulam em Teresina, o que representa 13% da frota.

“O usuário busca ônibus nos finais de semana, e a quantidade ofertada é reduzida”, disse Delano Câmara.

A auditoria ainda apontou que a maioria da frota tem intervalo de tempo de 60 minutos, o que é deficiente. Em junho ainda foi constatado 2,2 milhões de passageiros, sendo que 75% busca nos horários de pico, sendo reduzida a frota a partir das 18h. No perfil do usuário, 58% pagam inteira e 40% são estudantes, idosos e pessoas com deficiências.

Durante a audiência, o TCE fez uma apresentação da frota ideal, que seria de 324 ônibus, e que se houvesse uma piora no trânsito, a frota teria que ser aumentada para 349 para suprir a demanda. O auditor Bruno Cavalcanti explicou que o valor de R$ 10, não inclui o lucro do empresário e nem os impostos.

O conselheiro Delano Câmara disse que esse valor é impossível para a população e que os consórcios e a prefeitura precisam pensar em estratégias para um custo que os passageiros possam pagar.

Pontos apontados pelo TCE para melhorar o sistema:

• frota de 324 ônibus; 
• Investimentos de R$14,19 milhões ;
• Tempo de 60 minutos entre viagens, com tempo de espera de 30minutos;
• Aumento da frota no domingo;
• Aumentar a frota a partir das 18h;

Apesar do TCE encontrar uma passagem de R$ 10 diante do custo operacional, sem levar em conta os impostos e lucro dos empresários, o superintendente da Strans, Bruno Pessoa, descartou no reajuste de tarifa de ônibus e disse que o prefeito Dr. Pessoa estuda aumentar o repasse para os empresários. Hoje a prefeitura repassa R$ 3,3 milhões por mês para os quatro consórcios.