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Após afogamentos, moradores interditam BR-316 contra instalação de dragas no rio Poti em Teresina

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Fotos: Bartolomeu Almeida/TV Cidadeverde.com

Por Bárbara Rodrigues e Bartolomeu Almeida

Moradores do povoado Cebola, próximo ao Rodonael da zona Sul de Teresina, realizaram na manhã dessa quarta-feira (15) uma manifestação contra as dragas particulares instaladas no rio Poti, porque estariam colocando em risco a vida dos moradores da região, e principalmente fazendo vítimas de afogamento.

Eles interditaram temporariamente a BR-316, atearam fogo em pneus e pediram uma solução para as dragas particulares, pois afirmaram que desde a instalação, moradores da região estão morrendo afogados. Neste ano teriam sido três mortes de pessoas e de um cavalo, e em 2022 duas mortes. Eles afirmam que antes da instalação das dragas não ocorriam esses afogamentos.

Francisco Cid Capelo Mato, perdeu o único filho, Sidney Davi Campelo Matos, de 19 anos, que morreu afogado há um mês no rio. A família pede uma providência.

“O rio é da união, é para os pescadores, para banhar. Ali é um banho. Aqui no povoado Cebola não é para existir draga, e nem onde tem ribeirinho. Já está com cinco mortes desde que eles chegaram aqui. O último agora foi meu filho. Uma dor que não tem recuperação. A dor é grande demais”, lamentou.

Francisco Cid Capelo Mato, criticou a falta de fiscalização e sinalização. “Os donos da draga estão mandando no rio Poti. Eles são o dono do rio, é o que está acontecendo”, criticou.

Já Cleijane Barbosa Rodrigues Matos, prima de Davi Campelo, que morreu afogado na região, afirmou que quer o afastamento das dragas. 

“O que a gente pede hoje, é que as dragas saiam daqui da frente, que é o quintal da nossa casa. Era onde a nossa família brincava todo final de semana com alegria. As dragas estão açorando o rio, principalmente aqui na frente da nossa casa. A gente só quer que eles se afastem do nosso posto. O buraco da draga é muito fundo, de cinco a sete metros. Hoje faz um mês que o meu primo caiu num buraco desse de dragas e não conseguiu sair de lá. Hoje ele é falecido e a gente só pede que elas se afastem daqui. Vão para um local, uma localidade onde não tenha ribeirinhos morando próximo, para que não venha acontecer uma tragédia dessa com outras famílias”, afirmou.

 

 

Ela pede que sejam instalados em um local longe de moradores. “A gente só pede que urgentemente elas saiam daqui da frente do nosso posto, e vão para um lugar mais isolado, para que também não prejudiquem outras pessoas, outras comunidades. Vão para um lugar onde não tenha gente morando tão próximo. Saiam do que quintal, das casas das pessoas”, disse Cleijane Barbosa.

 

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