Por Adriana Magalhães
Um grupo de estudantes da Centro de Educação de Tempo Integral Monsenhor Raimundo Nonato Melo visitaram o Estádio Albertão pela primeira vez. Este ano, o estádio completou 50 anos.
Os trinta alunos foram acompanhados pela professora Mayra Moura e pelo arquiteto Eduardo Lima. Os estudantes cursam o segundo ano do ensino médio e dentro do projeto desenvolvido pela professora Mayra já visitaram o Centro de Convenções, a Central de Artesanato Mestre Dezinho, a Praça Pedro II e o complexo cultural formado pelo Theatro 4 de Setembro e o Clube dos Diários, além do Museu do Piauí. A visita ao Estádio Albertão fecha o cronograma de aulas de campo dos alunos.
Segundo a professora Mayra, que é doutoranda em História, a intenção do projeto é fazer com que os alunos tenham uma visão mais contextualizada dos fatos históricos.
Na aula de campo, a professora explica a relação entre a construção de mais de 30 estádios, em todo Brasil, com o projeto de desenvolvimento nacional da Ditadura Militar.
"Estamos trazendo a temática do patrimônio cultural, contextualizando as décadas de 70 e 80 e trazendo aspectos da história local isso leva os alunos a conhecer Teresina e o seu processo de urbanização, que integrou o projeto de integração nacional da ditadura militar. Associamos o futebol com os conteúdos curriculares de História, para que eles possam aprender os elementos em torno da construção do estádio, da sua importância para a dinâmica de lazer e os usos do estádio até hoje", explica.
O arquiteto Eduardo Lima mostrou no estádio os elementos do Brutalismo e do Modernismo presente na obra e explicou aos estudantes que o estádio foi uma obra pioneira à época.
Fotos: Renato Andrade / Cidadeverde.com
"Essa laje sobre as arquibancadas foi a primeira laje em balanço, desta dimensão, construída no Piauí. Existia uma descrença com relação a sua construção e por isso muitos estudantes de engenharia e arquitetura visitaram o Albertão, em obras, para ver de perto a sua construção", disse.
A laje a que o professor se refere circunda todo o estádio e foi construída em balanço, tendo o apoio de pilares em apenas um dos lados. E apesar da descrença inicial, segue de pé 50 anos depois de sua construção.
Os estudantes ficaram empolgados com a visita e desbravaram o estádio. O gramado foi o local mais buscado pelos alunos.
Mikael da Silva Sousa, 16 anos, já tinha visto o estádio por fora e falou sobre a sua experiência.
Fotos: Renato Andrade / Cidadeverde.com
"A experiência é incrível. Uma estrutura maravilhosa. Vemos só pela TV nos dias de jogos. Quando entrei achei surreal pisar no gramado pela primeira vez. Quando passamos assim, pelo lado de fora, achamos que é pequeno, quando entramos aqui e vemos uma estrutura enorme é surreal", disse o estudante.
Marília Marques, 16 anos, falou sobre a importância da aula de campo para a apreensão do conteúdo.
Fotos: Renato Andrade / Cidadeverde.com
"A professora gosta de mostrar como as coisas funcionam na prática. Isso nos leva a aprender mais e desenvolver o nosso pensamento", disse a aluna.
A visita foi acompanhada por Numeriano Sá, coordenador do Estádio Albertão.