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Mães de crianças carbonizadas estão no IML; os corpos serão levados para São José do Divino

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Por Adriana Magalhães 

Os familiares das três crianças mortas em um incêndio na cidade de São José do Divino, no último dia 22 de janeiro, chegaram no Instituto Médico Legal, às 9h30, para receber os corpos das crianças para sepultamento. 

As mães das crianças chegaram num carro da prefeitura do município e não falaram com a imprensa. Os corpos estão no IML desde o dia do incêndio à espera da realização de perícia para investigar as causas do incêndio que vitimou as três crianças. 

A mãe de uma das crianças falou com equipe do Cidadeverde.com. Isabel Pereira da Silva é mãe de Antônio Gael, que tinha 2 anos e sete meses. 

"Não tá sendo fácil. Não é fácil para ninguém. Mas estamos tentando levar. Tentando se recuperar, mas a gente sabe que não vai se recuperar bem, mas estamos tentando", disse.

Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

Sobre o dia do incêndio Isabel tem poucas informações. "Eu não sei dizer como aconteceu. Ele não estava comigo. Eu estava trabalhando e recebi um telefonema falando dessa tragédia. Eu não sei explicar", disse a mãe abalada. 

Isabel disse também que toda sua família tem recebido muito apoio na cidade. 

"As pessoas estão ajudando muito, a prefeitura está conosco aqui e nos trouxe também da outra vez que estivemos aqui", explicou. 

Sobre a vida daqui para frente a mãe se mostrou resiliente.
 
"Isso é uma coisa que acontece, se tinha de ir é porque tinha que ser assim. Aí é só aceitar, que a gente não pode fazer nada", disse cabisbaixa.

As famílias ainda não sabem se será possível fazer velório em São José do Divino.

Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

Segundo Antônio Nunes, perito-geral do Departamento de Polícia Científica, foi realizado exame de DNA para identificar os corpos das crianças. O exame foi feito no próprio IML.

"Saiu nesta segunda-feira o resultado do exame de DNA feito para identificar cada um dos corpos. Eles já estão todos identificados. Os corpos estavam totalmente irreconhecíveis, não havia como fazer o reconhecimento ou usar outros métodos como impressão digital e arcada dentária pois isso tivemos que realizar o exame de DNA", afirmou. 

Sobre a causa da morte das crianças, o perito-geral explicou que ainda não é possível afirmar se foi por intoxicação ou pelo contato com o fogo. 

"O laudo da causa morte leva, em média, dez dias para ficar pronto, esse é o prazo legal", explicou.

O caso

Três crianças, com idades aproximadas de 1 e 3 anos, morreram carbonizadas após atear fogo a um colchão no quarto de uma residência na cidade de São José do Divino, a 220 km de Teresina. As crianças foram identificadas como Antônio Gael da Silva Araújo, Maria Nycolle da Silva Coelho e Antonia Bianca da Silva Coelho, sendo as duas últimas irmãs e o menino, primo delas.

A tragédia ocorreu no fim da manhã da segunda-feira (22). As vítimas estavam a passeio na casa da avó, que foi hospitalizada em estado de choque. A casa onde ocorreu a tragédia fica no Assentamento Carolina, zona rural da cidade.

O avô de Gael, José Lima, falou à Rádio Cidade Verde/Pedro II que acredita que as crianças encontraram um isqueiro, usado para acender o fogão a lenha. Segundo ele, eles estavam brincando no quarto quando encontraram o isqueiro, por volta das 11h.

Os corpos das crianças chegaram ao IML de Teresina na terça-feira (23). As investigações buscam apontar mais detalhes de como se deu a morte dos três pequenos. De acordo com familiares, a avó estava capinando o terreno, e as crianças estavam em um quarto quando ocorreu o acidente.

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