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Conselho Municipal de Saúde denuncia falta de medicamentos no HUT

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Foto: Arquivo/Cidadeverde.com 

Por Rebeca Lima e Gorete Santos (TV Cidade Verde) 

O Conselho Municipal de Saúde denuncia a falta de medicamentos e insumos no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Na última quinta-feira (07), o Sindicato dos Médicos de Teresina (Simepi) afirmou que um paciente teria supostamente morrido na unidade de saúde por falta de um antibiótico. (O HUT se manifestou através de nota que se encontra no final desta reportagem). 

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“O Conselho Municipal de Saúde tem feito fiscalizações recorrentes em toda a rede de saúde de Teresina, e a falta de insumos e medicamentos é a principal reclamação e o que constatamos em nossas fiscalizações. Aqui no HUT, algumas imagens mostram essa falta de medicamento, a central de abastecimento do HUT com as prateleiras vazias, os armários vazios, onde deveria estar cheio de medicamento”, pontuou o presidente do Conselho, Rodrigo Maxwell.

Além dos medicamentos, a falta de ar-condicionado na Unidade de Terapia Intensiva do HUT seria outro problema. Rodrigo Maxwell destacou que em alguns momentos, a temperatura na ala chega a 32°C.

“O HUT tem uma central de ar-condicionado de 15 anos, então ela não consegue mais dar conta do que hoje é o HUT aqui dentro das UTIs. Então precisa de uma nova central de ar-condicionado, e a Fundação garante que já está nesse processo licitatório de aquisição de uma nova central para ver se consegue resolver esse problema. Enquanto isso, ainda temos altas temperaturas dentro da UTI, cerca de 30°C, 32°C, geralmente o clima onde são pacientes que precisam de um cuidado maior”, ressaltou.

De acordo com o presidente, as denúncias e fiscalizações já foram formalizadas no Ministério Público do Piauí.

“O Conselho tem conversado com a Fundação, que nos garante que está tentando resolver isso. Finalizou uma licitação agora e garante que até esta semana e na próxima vai resolver esse problema de medicamento emergencialmente. Também temos acionado o Ministério Público e a Justiça, e aguardamos o pedido que foi feito de intervenção na saúde quando teve aquela crise mais aguda no HUT. Você imagina a Fundação Municipal de Saúde ficar sem realizar licitação por mais de três anos, de compra de medicamentos, insumos. Essa denúncia precisa ser tomada uma atitude rapidamente porque são a vida dos teresinenses, da população piauiense que está em risco”, acrescentou.

Em nota, a FMS informou que "está empenhada para garantir que o maior hospital de Teresina tenha insumos para atender à demanda que é crescente e que a indisponibilidades pontuais de medicamentos nessas situações, o médico e a Comissão de Controle de Infecções devem avaliar a substituição do remédio". 

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NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Fundação Municipal de Saúde-FMS e a Diretoria do Hospital de Urgência de Teresina Prof. Zenon Rocha-HUT, vêm, através da presente nota, esclarecer as circunstâncias envolvendo as notícias veiculadas.

Conforme compromisso assumido através de nota anteriormente emitida, o prontuário do paciente foi cuidadosamente avaliado com o fito de determinar as causas do seu falecimento, até mesmo com o escopo de dar uma resposta às demandas da família enlutada e da população de Teresina.

De saída, a análise preliminar realizada verificou que o paciente foi recebido em 26/02/2024, via regulação, oriundo de Unidade de Pronto Atendimento (UPA), já em estado gravíssimo, em insuficiência renal grave, em sepse. No mesmo dia da admissão, foi submetido à cirurgia e, após o procedimento cirúrgico, encaminhado para leito de terapia intensiva (UTI).

Cumpre esclarecer que, de modo diverso do que foi divulgado, desde o dia de sua admissão, em 26/02/2024, o paciente vinha fazendo uso de antibióticos eficazes à bactéria que o infectava, conforme resultado do laudo do antibiograma realizado conjuntamente com a cultura. Na verdade, o antibiograma revelou que o antibiótico mencionado na reportagem sequer era eficaz contra a bactéria que acometia o paciente. Ademais, o antibiograma revelou a possibilidade de uso de 17 antibióticos eficazes contra a bactéria identificada, dos quais vários se encontravam disponíveis no HUT.

Pontuamos que, desde a admissão, a família do paciente foi informada da gravidade do quadro, do alto índice de mortalidade da patologia que o levou à internação e da possibilidade de desfecho fatal, conforme se extrai dos registros médicos. Deste modo, a análise preliminar aponta que o óbito do paciente decorreu do curso natural da doença, a despeito da antibioticoterapia realizada e do enorme empenho da equipe multidisciplinar para tentar reverter a gravidade do quadro.

Frisamos novamente o compromisso do Hospital de Urgência de Teresina com a assistência integral ao paciente, com a garantia do melhor tratamento possível, bem como em prover informações claras e precisas aos usuários.

Acreditamos que as falsas informações divulgadas apenas inflamam ânimos sem nenhum propósito. Na oportunidade, informamos a abertura de sindicância interna para apuração do caso e de responsabilidades pela divulgação de dados sensíveis (prontuário), bem como a divulgação de informações falsas e registros indevidos em documentos médicos. E, ainda, a apuração de eventual responsabilização cível e criminal daqueles envolvidos na divulgação de fake news.

Por fim, gostaríamos de registrar o repúdio em face de qualquer divulgação de informações inverídicas, o que causa indignação à toda a equipe diretiva, corpo clínico, equipe multidisciplinar e demais colaboradores desta instituição, ao tempo em que nos solidarizamos para qualquer situação envolvida.

Esperamos que os esclarecimentos prestados possam trazer luz à verdade dos fatos e tranquilidade à família em saber que foi feito tudo o que era possível para salvar a vida do paciente.

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